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Manaus: voluntário de ONG é preso por desviar cilindros de oxigênio

João Victor Araújo da Silva, que se identificava como policial, é acusado de ter desviado mais de 60 “balas” de oxigênio

atualizado

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cilindros de oxigênio
1 de 1 cilindros de oxigênio - Foto: Fotos Hugo Barreto/Metrópoles

O Amazonas enfrentou uma grave crise sanitária em janeiro deste ano, com falta de oxigênios em hospitais do estado por conta da pandemia da Covid-19, deixando uma série de pacientes mortos. Isto não impediu que cilindros de oxigênio fossem desviados por supostos participantes de organizações não governamentais (ONG’s).

Reportagem divulgada pelo Fantástico neste domingo (4/4) mostra que João Victor Araújo da Silva foi preso na última semana. Ele se tornou voluntário de uma ONG que transportava cilindros doados para hospitais de todo o estado do Amazonas.

Se apresentando como policial, João Victor desviava cilindros para revender a valores superfaturados. Segundo policiais, o acusado pode ter desviados mais de 60 “balas” (como são chamados, pelo formato) de oxigênio.

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“Ele se infiltrou numa organização sem fins lucrativos que distribui oxigênio às pessoas que mais precisavam nas estruturas hospitalares, e lá de dentro começou a desviar oxigênio e revender a preços superfaturados, lucrando com a desgraça dos outros”, explica a delegada Emília Ferraz.

Os cilindros chegavam até Manaus de avião ou barco. A ONG, por sua vez, era responsável por encaminhar os cilindros aos hospitais. A investigação ponta que o acusado sempre se oferecia para fazer o transporte.

Segundo a polícia, no auge da crise no Amazonas, ele chegou a revender o produto por R$ 6 mil.

Internet

Os cilindros eram vendidos, segundo a investigação, em páginas on-line, com perfis que permitiam identificar João Victor. O furto, porém, só foi investigado após um empresário alertar a SOS Amazônia que cilindros com a marca da ONG estavam sendo vendidos na internet.

O caso foi comunicado a polícia, que conseguiu rastrear João Victor. Segundo a investigação, após a crise de saúde no Amazonas, o falso voluntário começou a procurar “clientes” em outros estados. Em um áudio recuperado pela polícia, João Vitor diz que o furto “não dá B.O. não”.

Em seis meses, o suspeito conseguiu arrecadar R$ 140 mil, que, ainda segundo a polícia, gastou em festas e viagens.

Além de João Vitor, uma mulher que armazenava os cilindros roubados em casa também foi presa.

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