Manaus: MPF investigará prioridade a tratamento precoce, e não ao oxigênio
Segundo documento, médicos atuantes em UBS na capital amazonense “teriam sido coagidos a receitar tratamento precoce” para Covid-19
atualizado
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Um inquérito civil público para investigar improbidade administrativa de agentes públicos, em virtude da crise de desabastecimento de oxigênio em Manaus (AM), foi aberto nesta sexta-feira (15/1), pelo Ministério Público Federal (MPF). As informações são do Uol.
Será investigado se houve pressão do Ministério da Saúde para que fosse priorizada a distribuição de “tratamento precoce com eficácia questionada” pela rede pública de saúde estadual e municipal.
“Cabe apurar, desse modo, se, mesmo diante da perspectiva de grave falta de oxigênio, houve opção de agentes públicos por recomendar tratamento de eficácia questionada em vez de envidar esforços imediatos para, com aurgência necessária, abastecer as unidades hospitalares com o insumo ou coordenar os esforços logísticos para transferir a outros estados pacientes então hospitalizados no Amazonas”, diz trecho do documento.
De acordo com o documento do MPF que determina a instauração do inquérito civil público, assinado pelos procuradores da República José Gladston Viana Correia, Thiago Augusto Bueno e Catarina Sales Mendes de Carvalho, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Amazonas recebeu denúncia de que médicos atuantes em UBS em Manaus “teriam sido coagidos a receitar tratamento precoce para Covid-19, o que careceria de comprovação científica e desconsideraria a liberdade de atuação dos profissionais na melhor determinação da prescrição médica”.
O Uol divulgou ainda que o MPF cita no despacho que, enquanto o governo do Amazonas, no dia 10, já informava outros governadores da iminente crise no abastecimento de oxigênio em Manaus e no restante do estado e pedia ajuda, o Ministério da Saúde já pressionava sobre a cloroquina nos ofícios preparatórios da visita ministerial de 11 de janeiro.