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Malala defende engajamento dos homens na luta por igualdade de gênero

A ativista paquistanesa e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, encontrou educadores e líderes ativistas no Rio de Janeiro

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Fernando Frazão / Agência Brasil
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1 de 1 Imagem mostra a paquistanesa e vencedora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai - Metrópoles - Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Em segunda passagem pelo Brasil, a paquistanesa e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, falou sobre a importância de que os homens estejam mais engajados na luta pela igualdade de gênero. A ativista reforçou que toda a sociedade ganha quando há direitos e oportunidades para todos, sem distinções ou hierarquizações de gênero, raça ou classe.

“Quando a gente fala nos direitos das meninas, é muito importante pensar no papel que os homens e os meninos têm. Não são problemas só das mulheres. São problemas de todos. Se as mulheres não são tratadas de maneira justa, isso afeta a todos”, ressaltou.

Malala afirmou que a desigualdade de gênero afeta, por exemplo, a economia. “Quando nós perdemos oportunidades para estudar, isso pode custar milhões de dólares. Mas, quando temos acesso à educação, isso representa um adicional de milhões de dólares”, comentou.

A ativista participou, nessa segunda-feira (22/5), de uma roda de conversa no Rio de Janeiro. A iniciativa abriu a temporada 2023 da LER – Festival do Leitor. No evento literário, ela encontrou educadores e integrantes de projetos sociais do Brasil.

“Ninguém deve decidir por mim como eu devo viver a minha vida, que atividades eu posso fazer, que emprego devo ter. (…) Quando alguém disser que vocês não podem fazer, que não é pra vocês, olhem para os modelos de mulheres e inspirações anteriores para saber que vocês podem, sim. E, se não houver mulheres ali, vocês pode ser as primeiras”, incentivou.

Biografia

Em outubro de 2023, a autobiografia Eu sou Malala, que narra a história da ativista, completa 10 anos. Por ter se envolvido desde cedo na luta pelo direito à educação das meninas, ela foi alvo de um ataque a tiros do grupo Talibã, em outubro de 2012, quando voltava da escola.

Durante a recuperação, foi transferida para um hospital na Inglaterra, onde mora atualmente. Ela criou, ao lado do pai, o Fundo Malala, em 2013, voltado para promover a educação universal de meninas em todo o mundo. Em 2014, aos 17 anos, foi a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz.

“A minha história não é uma história única. (…) A única coisa diferente na minha história é que o meu pai não me parou. Muitas meninas são impedidas pelos homens. Nós não precisamos de um poder especial, de uma qualificação especial. Nós temos capacidade”, disse.

Combate à desinformação

Malala também comentou sobre a importância de combater a desinformação e os discursos de ódio na internet. Para ela, a educação digital deve ser discutida de forma ampla, inclusive em escolas, e todos os envolvidos na produção, consumo e circulação de informações devem assumir responsabilidades.

“Toda ferramenta que usamos tem um lado positivo e um negativo. E todos nós temos responsabilidades com isso”, defendeu. A ativista considera importante a existência de políticas públicas de regulação “para diminuir e reduzir os danos”, além da consciência individual dos usuários no consumo e compartilhamento dos conteúdos.

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