Mais uma baixa: presidente da Apex é demitido após disputa de poder
Mario Vilalva é o segundo chefe do órgão a ser demitido durante o governo Bolsonaro. Briga entre militares e Ernesto Araújo inflamam crise
atualizado
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O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, demitiu o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Mário Vilalva. Ele é o segundo chefe da entidade a cair durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que completa três meses no Palácio do Planalto na próxima quarta-feira (10/4). O governo ainda não anunciou o substituto.
Segundo o Palácio do Itamaraty, a mudança nada tem haver com a crise na Apex. “Como parte do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro, o Ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, anuncia a exoneração do Embaixador Mario Vilalva da presidência da Apex”, explicou, em nota.
Araújo agradeceu os quase três meses de trabalho de Vilalva. “O Ministro das Relações Exteriores agradece a colaboração que o embaixador Mario Vilalva prestou à frente daquela Agência nos meses iniciais da atual gestão”, conclui o texto.
Nesta terça-feira (9/4), Vilalva classificou como “golpe” a mudança no estatuto da agência feita por Ernesto Araújo. A diretriz retirava poderes do presidente da agência e empoderava dois apadrinhados do ministro.
Portas de controle
A disputa de poder entre os executivos levou à instalação de portas de controle que impedem até a entrada de Vilalva na ala onde estão os diretores de Gestão Corporativa, Márcio Coimbra, e de Negócios, Letícia Catelani.
O presidente disse que foi surpreendido com a medida e vai pedir explicação aos dois diretores. Recentemente, Vilalva, ligado ao grupo dos militares do governo, publicou uma portaria para diminuir o poder e as atribuições de Coimbra e Catelani, que mantêm relação próxima com Ernesto Araújo.
Antes de Vilalva, Alex Carreiro foi demitido da presidência da Apex depois de bater de frente com o ministro Ernesto Araújo. Ele não durou uma semana no cargo. Inflamou a crise, o desligamento de funcionários comissionados da Apex e a convocação de aprovados no concurso realizado em dezembro de 2018.