Mais de 7 mil bovinos morrem após infestação de lagartas em Roraima
A infestação das lagartas é um desequilíbrio ambiental, como seca e estiagem, afetados pelo fenômeno climático El Niño
atualizado
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A vegetação de 10 dos 15 municípios de Roraima foi tomada pelas ervas daninhas, conhecidas como mata-pasto, e atraem pragas como lagartas. O resultado disso é a escassez no pasto para a alimentação dos gados e, também, a morte de mais de 7 mil bovinos que padeceram de fome.
A estimativa é de que pelo menos 50 mil hectares de pasto em 840 propriedades do estado tenham sido devastados há pelo menos 40 dias. Até o momento, o prejuízo é de R$ 63 milhões, entre gado e capim mortos. Entretanto, esse número pode aumentar, pois as equipes do governo estão em campo avaliando os estragos. As informações são do g1.
Com o crescente número de gado morrendo a cada dia, o governo decretou situação de emergência em Roraima.
Especialistas acreditam que o cenário é um desequilíbrio ambiental, como a estiagem e a seca enfrentadas entre janeiro e março, que enfraqueceram o pasto, e pela ausência de predadores para cessar a infestação de lagartas no início do período chuvoso. Estes fatores foram afetados pelo El Niño.
A vegetação foi tomada por diversas espécies de lagarta, mas as mais preocupantes são as lagartas-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda) e os curuquerês-dos-capinzais (Mocis latipes). As infestações acontecem devido à diminuição da população de predadores desses insetos.
O impacto das infestações também tem atingido plantações de milho, mandioca, feijão e hortaliças.
Em Mucajaí, o município mais atingido pelas lagartas e ervas daninhas, mais de 4.833 animais morreram, e o governo estima mais de 30 mil hectares de pasto devastados em 506 propriedades. Iracema aparece em seguida, com 12 mil hectares afetados.