Mais de 200 cidades no Brasil têm umidade igual ou menor à do Saara
As cidades chegaram perto de registrar a umidade do ar como a do Atacama, no Chile, considerado o deserto mais seco do mundo
atualizado
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Mais de 200 cidades pelo país registraram umidade relativa do ar menor ou igual à do deserto do Saara, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Os dados foram divulgados neste último domingo (8/9), pelo fato de a umidade relativa do ar diminuir no decorrer do dia, de acordo com as temperaturas que sobem no período da tarde, quando chega aos menores níveis.
De acordo com as análises das estações do Inmet, as cidades que registraram os piores índices de umidade do ar foram em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais que alcançaram o nível de até 11%. As informações são do G1.
Os dados revelam que as cidades mencionadas chegaram perto de registrar a umidade do ar equivalente a do Atacama, no Chile, onde a taxa é de 5% e é considerado o deserto mais seco do mundo.
Com um número considerado abaixo da recomendação para a saúde, dezenas de cidades registraram índices de até 20%.
Para se ter uma noção, no deserto do Saara, no norte da África, a umidade do ar máxima é de 20%.
Qual o motivo disso estar acontecendo?
O período de seca, consequentemente, é um período com poucas chuvas e isso afeta diretamente na umidade relativa do ar. A situação se encontra crítica por 3 razões:
Calor histórico: o Brasil atualmente vive um dos maiores períodos de seca já registrada nos últimos anos, a seca intensa afeta todos estados, com exceção do Rio Grande do Sul. De acordo com os dados da Cemaden, outros estados e o além do Distrito Federal não chove há mais de cem dias.
Fortes ondas de calor: a umidade consequentemente irá se dissipar com as ondas de calor que iniciaram o mês de setembro.
Bloqueios Atmosféricos: o bloqueio é um padrão de vento que impede o avanço de frentes frias e, portanto, de chuvas. Com menos nuvens e chuva, a umidade diminui cada vez mais.
Quanto maior a temperatura, menor a umidade do ar. A gente está enfrentando um período extremamente seco com calor, isso faz com que a situação no país fique ainda mais grave, afirma Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
Quais são as previsões dos próximos dias?
A situação, que está precária, deverá se manter assim durante os próximos dias, segundo os meteorologistas. A previsão de altas temperaturas com ondas de calor são previstas.
Há alerta de perigo por anticiclones em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rondônia, parte de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O Inmet avisa que uma baixa umidade irá abranger quase todo território nacional.
Como isso afeta a saúde?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a faixa de umidade recomendada para o organismo de todo ser humano é de 40% a 70%. Após essa taxa decair para 30%, a situação de alerta é configurada, com prejuízos futuros para a saúde.
Problemas respiratórios, cansaço, dor de cabeça, narinas e olhos ressecados podem ser causados pelo tempo seco. Para pessoas que já têm doenças respiratórias, como asma, rinite alérgica ou bronquite crônica, o desconforto é ainda maior porque eles têm mais probabilidade de piorar seus quadros. O muco é uma proteção das vias aéreas. Esse muco também seca com o ar seco, agravando a obstrução.
- Consuma uma quantidade suficiente de água todos os dias (cerca de dois litros ou dez copos de água de 200 ml). Ela hidrata todas as células, incluindo mucosa e pele.
- Tenha um umidificador de ar em casa se for possível. Para reduzir os efeitos do ar seco e poluído, você pode colocar uma bacia com água ou uma toalha umedecida no ambiente.
- Ao menos duas vezes ao dia, hidrate bem as mucosas com soro fisiológico. Lave os olhos com colírio de lágrima artificial ou soro fisiológico.
- Você deve ter cuidado ao consumir bebidas alcoólicas. Elas também desidratam, mas também refrescam.
- Mantenha a casa livre de poeira. Não faça exercícios das 11h às 17h. Proteja-se do sol e evite o ressecamento da pele e das mucosas.