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Maioria em consulta pública é contra prescrição para vacinar crianças

Dado consta em estudo feito pelo Ministério da Saúde. Audiência pública sobre imunização de crianças contra Covid será realizada nesta terça

atualizado

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Rosana Leite de Melo, secretária Extraordinária de Atenção à Covid-19 do Ministério da Saúde, em audiência pública sobre a vacinação contra a Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos.
1 de 1 Rosana Leite de Melo, secretária Extraordinária de Atenção à Covid-19 do Ministério da Saúde, em audiência pública sobre a vacinação contra a Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos. - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A maior parte das pessoas ouvidas pelo Ministério da Saúde na consulta pública sobre vacinação infantil manifestou-se contrariamente à obrigatoriedade de receita médica para a imunização de crianças entre 5 e 11 anos de idade contra Covid-19.

A intenção do governo, no entanto, é seguir a recomendação de exigir prescrição médica para a vacinação do público infantil. A decisão final será detalhada em documento divulgado pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (5/1)

A informação foi divulgada pela secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, durante audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (4/1).

O evento, realizado na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília (DF), conta com participação de representantes do governo federal e de associações médicas.

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Audiência pública realizada na Opas
Na audiência, diversas entidades debateram a obrigatoriedade de prescrição médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19
Rosana Leite, secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde
Isabella Ballalai, vice-presidente da Associação Brasileira de Imunizações
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Audiência pública sobre a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19

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Audiência pública realizada na Opas

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Na audiência, diversas entidades debateram a obrigatoriedade de prescrição médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19

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Rosana Leite, secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde

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Isabella Ballalai, vice-presidente da Associação Brasileira de Imunizações

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O objetivo da audiência é apresentar os resultados da consulta pública finalizada em 2 de janeiro sobre vacinação infantil contra Covid-19. De acordo com a secretária, foram colhidas contribuições de 99,3 mil participantes.

Segundo Rosana, a maior parte dos respondentes concordou que a imunização de crianças não deve ser obrigatória. Além disso, o público opinou que crianças com comorbidades devem ser priorizadas no processo.

“Tivemos 99.309 pessoas que participaram nesse curto intervalo de tempo em que o documento esteve disponível para consulta pública. A maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade de prescrição médica no ato de vacinação”, informou.

Prescrição

Além da prescrição médica, o governo também defende que crianças com comorbidades sejam o grupo prioritário da vacinação infantil. Posteriormente, a imunização deve ocorrer por faixa etária.

“A imunização seguirá os seguintes termos: crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou comorbidade; crianças que vivam em lar com pessoas de alto risco para evolução grave de Covid; crianças sem comorbidades, na seguinte ordem. Crianças entre 10 e 11 anos, 8 e 9 anos, 6 e 7 anos, e, por fim, crianças de 5 anos. Em todos os casos, será exigida a prescrição médica e autorização dos pais ou responsáveis mediante assinatura de termo de assentimento”, ressaltou.

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Manifestantes ocuparam a frente da Organização Pan-Americana da Saúde
Declaradamente apoiadores do presidente Bolsonaro, os indivíduos disseram não ser "cobaias"
Crianças seguram placas contra vacinas
Os manifestantes pediam a não aplicação da vacina em crianças
Senhora segura a máscara com emblema do presidente Jair Bolsonaro
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Manifestantes utilizaram o romance de George Orwell, 1984, como comparação

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Manifestantes ocuparam a frente da Organização Pan-Americana da Saúde

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Declaradamente apoiadores do presidente Bolsonaro, os indivíduos disseram não ser "cobaias"

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Crianças seguram placas contra vacinas

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Os manifestantes pediam a não aplicação da vacina em crianças

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Senhora segura a máscara com emblema do presidente Jair Bolsonaro

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Cartaz contra a vacina em crianças de 5 a 11 anos

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Entidades médicas

A audiência contará com debates de grupos médicos contrários e favoráveis à imunização de crianças contra o coronavírus.

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foram convocados o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público Federal (CNMPF) e outras entidades.

O uso de doses pediátricas da vacina Pfizer foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro de 2021. No entanto, apesar do aval do órgão regulador, cabe ao Ministério da Saúde adquirir o imunizante e incluir o público infantil no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Embora tenha sido convidada a participar da audiência desta terça, a Anvisa se recusou a fazer parte do evento e alegou que já apresentou dados técnicos suficientes sobre a imunização infantil.

“A Anvisa, por seu caráter técnico, visualiza que sua participação na audiência pública não agregaria novos elementos à temática”, informou a autarquia, em ofício enviado ao Ministério da Saúde.

Início da vacinação

A promessa do governo é que, na próxima quarta-feira (5/1), serão formalizados a recomendação e os parâmetros da imunização desta faixa etária.

Na segunda-feira (3/1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adiantou que as doses para este público devem chegar em 10 de janeiro, e a campanha terá início na segunda quinzena do mês.

Sem apresentar mais detalhes, Queiroga afirmou que a vacinação infantil “está bem definida, de maneira clara e transparente”, e que a pasta já promoveu uma “ampla discussão com a sociedade” sobre o tema.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou-se contra a vacinação destinada a essa faixa etária. O mandatário defende a exigência de prescrição médica para a aplicação do imunizante em crianças; na contramão, ao menos 20 estados já descartaram a medida.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

Divulgação/ Saúde Goiânia
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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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