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Maioria dos entregadores e motoristas de apps são negros, diz pesquisa

Entre entregadores de aplicativo, 68% se autodeclaram pretos ou pardos. Entre os motoristas, a parcela representa 62%

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
manifestação dos entregadores de aplicativo em goiânia por melhores condições e taxas de pagamento
1 de 1 manifestação dos entregadores de aplicativo em goiânia por melhores condições e taxas de pagamento - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Estima-se que o Brasil tenha pouco mais de 1,2 milhão de entregadores de aplicativo. Desse total, cerca de 68% se autodeclaram pretos ou pardos. Entre os mais de 385 mil motoristas de aplicativo que existem no país, a parcela de trabalhadores que informam ser negros representa cerca de 62%.

Os dados fazem parte de pesquisa divulgada nesta terça-feira (11/4) pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O relatório retrata o perfil de dois grupos de trabalhadores de aplicativos: motoristas e entregadores.

Completam o quadro 29% dos entregadores que se autodeclaram brancos e 35% dos motoristas com o mesmo perfil. Há ainda 2% de entregadores e 3% dos motoristas que se identificam como amarelos e, com relação aos indígenas, em ambos os grupos há 1%.

A pesquisa é a primeira a reunir informações de grandes plataformas brasileiras, com dados cedidos pela 99, iFood, Uber e Zé Delivery. Os pesquisadores ainda entrevistaram mais de 3 mil trabalhadores, a fim de traçar o cenário do setor.

Maioria de homens jovens

No que se refere a classe social, 83% dos entregadores estão na classe C ou inferior, enquanto 76% dos motoristas estão nesta condição. A pesquisa ainda aponta que a maior parte da categoria é formada por homens, eles são 97% dos entregadores e 95% dos motoristas.

A pesquisa também mapeou a faixa etária dos trabalhadores que atuam em aplicativos e revelou que, em média, os entregadores são mais jovens que os motoristas. De acordo com os dados colhidos, os entregadores têm em média 33 anos e os motoristas, 39 anos.

O levantamento também mostra que apenas 10% dos entregadores e 12% dos motoristas realizam as atividades nos aplicativos de forma paralela aos estudos. Em ambos os grupos, a maior parcela dos trabalhadores têm apenas o ensino médio completo, 59% e 60% respectivamente.

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Idade dos motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos
Raça e cor dos motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos
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Escolaridade mais alta alcançada pelos rabalhadores de aplicativo

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Idade dos motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos

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Raça e cor dos motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos

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Horizonte de regulamentação

Por meio da pesquisa divulgada nesta terça-feira (11/4), a associação que reúne empresas do setor espera subisidiar o debate em torno da regularização da atividade. “A gente espera contribuir com o retrato com o retrato, trazendo o que é esse setor, quais são as características, o que esses motoristas e entregadores valorizam, para que possamos construir uma regulamentação com base em fatos”, ressalta André Porto, diretor executivo da Amobitec.

Diante das demandas dos trabalhadores e entidades de classe, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva prepara a regulamentação das atividades no país. Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), afirmou que o governo enviará um projeto de lei ao Congresso Nacional no 2º semestre de 2023.

A regulamentação  da categoria atende a uma promessa de campanha de Lula. O direito ao seguro de vida em caso de acidente é um dos pontos mais destacados pelas centrais sindicais.

“É porque nós vamos criar uma comissão de negociação; primeiro, com os sindicatos, com o governo, com os empresários, para a gente acabar com essa história de que o trabalhador de aplicativo é um microempreendedor. Ele não é um microempreendedor. Ele percebe que ele não é microempreendedor quando ele se machuca, quando ele fica doente, quando quebra a moto, quando quebra o carro. Ele começa a perceber que ele não tem um sistema de seguridade social que garanta a ele, num momento – eu diria – de sofrimento, num momento de infortúnio”, afirmou Lula em janeiro deste ano.

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