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Maiores vítimas de violência on-line no Brasil são mulheres de 14 a 35 anos

Informações são Observatório Brasileiro de Violência On-line, da Universidade de Brasília. Já os agressores, em média, têm de 26 a 35 anos

atualizado

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As maiores vítimas de violência online no Brasil são meninas e mulheres de 14 a 35 anos de idade. Os dados são do Observatório Brasileiro de Violência On-line, da Universidade de Brasília, e foram divulgados nesta quarta-feira (25/11).

De acordo com a pesquisa, 75% das vítimas de violência na internet são mulheres e, dessas, 45% são estudantes. O perfil dos agressores chama atenção: 85% são homens, normalmente mais velhos que as vítimas, na faixa etária entre 26 e 35 anos.

Além disso, o órgão mapeou os principais crimes de violência on-line sofridos pelas vítimas: o mais frequente é o cyberbullying ou crime contra a honra.

Segundo a coordenadora da pesquisa, professora Janara Sousa, os crimes contra honra são aqueles de injúria, calúnia ou difamação. “Acontecem nas redes quando alguém tem a reputação afetada por palavrões, xingamentos ou maneiras para fazer com que a vítima se sinta humilhada”, explica.

Já o cyberbullying não é tipificado como crime. Normalmente ocorre com adolescentes e tem características semelhantes ao crime contra honra. “É aquele bullying que acontece na escola e toma proporções infinitas na internet”, conta Janara.

Os outros crimes mais frequentes na internet, de acordo com o levantamento, são vazamentos de imagens íntimas, discurso de ódio, ameaça ou chantagem e o estupro virtual.

Consequências

De acordo com a pesquisadora, o estudo identificou que as vítimas de violência on-line sofrem com consequência na rotina pessoal depois dos crimes. Muitas perdem o ano escolar, mudam de cidade ou cometem suicídio.

A pesquisa foi feita por meio de uma análise com 390 matérias jornalísticas veiculadas entre 2007 e 2019. O Sudeste é a região do Brasil com mais casos de violência virtual noticiados: só o estado de São Paulo acumulou mais de 25% dos casos. Em seguida, aparece o Nordeste com 14%; o Centro-Oeste com 13%; o Sul com 10%; e, por último, o Norte, com 4% dos casos.

Segundo o estudo, as polícias civis do Brasil não têm uma coleta sistêmica dos dados sobre violência on-line no país. Por isso, o estudo do observatório foi realizado por meio de análise de matérias jornalísticas. Janara evidencia a importância de haver um levantamento feito pela própria polícia para criar políticas públicas contra esse tipo de crime.

“Quem sofre violência nem sempre denuncia, mas essas denúncias são uma pista muito importante”, aponta a pesquisadora.

Segundo Janara Sousa, é preciso produzir politicas públicas de punição a quem está fazendo essas agressões e abusos, mas também de prevenção. “Nossos dados deixam claro que o ciclo da violência é esse: mulheres mais novas ou meninas e, geralmente, o agressor é um homem um pouco mais velho”, conclui.

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