Maia diz que CPI não investigará caso das joias: “Se quiserem, façam outra”
Declaração do presidente da CPI do 8/1, Arthur Maia, foi dada após encontro do parlamentar com o general Tomás Paiva, comandante do Exército
atualizado
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O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, Arthur Maia (União-BA), afirmou, nesta quarta-feira (23/8), que o colegiado não investigará o caso das joias dadas pela Árabia Saudita ao Brasil e recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Essa CPI não vai adentrar em questão de corrupção, de venda de joias, porque isso não está relacionado com o 8 de janeiro”, afirmou. A declaração foi dada após encontro do parlamentar com o general Tomás Paiva, comandante do Exército, no quartel-general da corporação.
“Venda de joias, será que alguem aqui em juízo perfeito vai imaginar que o presidente Bolsonaro estava lá mandando Pix da conta dele para patrocinar invasão do Palácio do Planalto no 8 de janeiro? Obviamente, que não. A não ser que chegue na CPI uma vinculação que possa demonstrar que havia algum tipo de ação desta natureza, eu não vejo sentido para você quebrar sigilo apenas porque é o (então) presidente da República”, declarou.
Na última semana, o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE) apresentou um requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso envolvendo joias recebidas pela gestão Jair Bolsonaro.
“Se quiserem fazer uma CPI para discutir presente de ex-presidente, venda de Rolex, negócio de joias, façam outra CPMI. Eu cumprirei o meu papel como presidente da CPMI de garantir que se investigue o que ocorreu antes, durante e depois do 8/1, mas tudo relacionado ao 8/1”, reiterou Maia.
O comentário se refere às investigações que apuram a tentativa de uma comitiva presidencial entrar no Brasil com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, sem pagar impostos à Receita Federal e com a incorporação dos itens milionários diretamente ao patrimônio pessoal do ex-presidente.