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Maia diz que Ciro não é a primeira opção do “centrão”

Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo DEM, presidente da Câmara disse ser “natural” conversar com Geraldo Alckmin e Álvaro Dias

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Rodrigo Maia
1 de 1 Rodrigo Maia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo DEM, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), afirmou nesta quarta-feira (13/6), ser “claro” que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) não é a primeira opção de aliança dos partidos do chamado Centrão na disputa presidencial. O parlamentar ponderou não poder restringir o diálogo.

Segundo ele, “é natural” o centro ter mais condições de diálogo com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), mas isso não significa interditar conversas com legendas da oposição.

“(Ciro) é a maior probabilidade para o DEM? Claro que não é. Mas, se criamos esse ambiente chamado centro, inexistente até então, se alguém restringe esse diálogo com A, B ou C, não é mais centro”, afirmou o parlamentar fluminense em entrevista após evento promovido pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

“É natural a gente ter mais condições de diálogo com o governador Geraldo Alckmin, com o senador Álvaro Dias, mas isso não significa não poder conversar com PDT, PCdoB”, declarou Maia.

Maia admitiu a possibilidade de desistir de sua candidatura, em julho, caso entenda existir algum candidato com mais probabilidade de vitória. “Se a gente tiver transparência no debate, não tenho problema nenhum de chegar no dia 30 de julho e entender um caminho com mais viabilidade do que o meu para construir palanques regionais e tempo de televisão. Por enquanto, não vejo ninguém com essas condições e não vejo ninguém no nosso campo, neste momento, com capacidade de liderar”, disse o presidente da Câmara.

Atualmente, avalia o parlamentar fluminense, a oposição é o campo vitorioso na eleição presidencial. Os candidatos de centro, como ele, estão com desempenho ruim nas pesquisas pois, para a sociedade, estão ligados ao presidente Michel Temer, que será o principal contestado nas eleições. “O campo vitorioso nessa eleição, neste momento, é o de oposição. Esse campo de centro-direita, no imaginário da sociedade, está próximo do presidente da República”, declarou. Para ele, erra quem acredita ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o foco de ataques da eleição.

Maia afirmou que, embora o caminho natural seja apoiar Alckmin, Ciro será uma “opção clara” para o DEM num eventual segundo turno, dependendo das opções. Ele minimizou desavenças antigas entre integrantes do partido e o presidenciável do PDT e defendeu “potencializar os pontos positivos” na relação entre eles, para continuidade do diálogo.

Ele lembrou, por exemplo, do apoio de Ciro à eleição de seu pai, o hoje vereador César Maia à Prefeitura do Rio no ano 2000 e que em 2002, parte do DEM (então PFL) apoiou a candidatura do ex-ministro ao Planalto pelo PPS.

“Cada um tem seu estilo. Alguns gostam, outros não gostam. Tenho perfil mais conciliador, falo mais baixo. No momento do calor, a gente às vezes erra. O importante é, quando a gente fala frases muito duras contra alguém, a capacidade de compreender no futuro a possibilidade de ter se excedido.”, afirmou Maia ao falar de Ciro.

Caso feche uma aliança com Ciro, o DEM vai defender sua agenda e tentará, por exemplo, convencer o pedetista da importância da reforma trabalhista.

Maia deve se reunir nesta quarta-feira (13), em Brasília, com o ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT), coordenador político da campanha presidencial do PDT. O presidente da Câmara afirmou, na semana passada, ter conversado com Alckmin e que deve falar novamente com o tucano nos próximos dias.

Disse ainda ter conversado há algumas semanas com Álvaro Dias, que teria admitido ao deputado do DEM poder abrir mão de sua candidatura em nome de uma união dos partidos de centro. “Se for convidado ou se eu convidar, também posso sentar com o Ciro para conversar”, afirmou.

Tabela de preço mínimo para frete
Quanto à a proposta do governo de estabelecer uma tabela de preço mínimo para o frete de caminhoneiros, o parlamentar considera “impossível” fechar uma tabela capaz de agradar todos os envolvidos.

“É impossível você fechar uma tabela de preço mínimo para o frete”, afirmou Maia em entrevista após evento promovido pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). “Esse debate vai continuar até ser possível perceber não ter sido a melhor solução”, declarou.

A edição de medida provisória (MP) com tabela de preço mínimo de fretes fez parte do acordo do governo com os caminhoneiros para por fim à greve da categoria. Até agora, o governo já publicou duas tabelas. A primeira desagradou as transportadoras e a segunda, aos caminhoneiros.

Toda essa polêmica levou a Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil (ATR Brasil) a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Para a entidade, tabelar os preços “fere a economia de mercado” e amplia a possibilidade de movimentos na tentativa de pressionar o governo.

Relator da ação, o ministro Luiz Fux decidiu aguardar a negociação entre governo e empresas de transporte de carga antes de decidir sobre pedido para suspender a medida provisória instituindo preços mínimos para os fretes. “Essa solução o governo vai ter que encontrar”, disse.

O presidente da Câmara também relatou dificuldades para se votar, na Casa, o novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargos, outra demanda dos caminhoneiros. Segundo Maia, o texto ainda não foi votado no plenário pois “a cada hora aparece um problema”.

Cessão onerosa
Na entrevista, o parlamentar fluminense também defendeu a aprovação do projeto que libera a Petrobras a vender parte das áreas da cessão onerosa do pré-sal da Bacia de Santos.

Segundo ele, em reunião na terça-feira (12/6), o novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, relatou que a área deve gerar 500 mil empregos no País.

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