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Maia admite cortar salários do Legislativo para combater Covid-19

Deputado ainda disse: “O presidente tem toda a liberdade para usar o orçamento, ampliar os gastos e usar os recursos”

atualizado

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante entrevista à CNN nesta segunda-feira (23/03), admitiu que o Poder Legislativo pode apertar os próprios cintos e reduzir os salários no sentido de colaborar no enfrentamento da crise causada pela pandemia do coronavírus.

“O que é preciso é que se gaste, que se comece a gastar”, disse. “E se precisar tirar da política, do Judiciário, de quem precisar tirar, vai tirar, porque nós sabemos que o gasto para o enfrentamento dessa crise, tanto do ponto de vista social, econômico e, principalmente, da estrutura de saúde pública para garantir as vidas, vai ser, como eu disse, na ordem de R$ 300 bilhões, R$ 400 bilhões”, completou.

O deputado ressaltou que todo Poder Público vai ter que contribuir. “Transferir isso para o parlamentar é fazer apenas um gesto importante, mas que não tem nenhum impacto fiscal. Acho que os três Poderes vão ter que contribuir. Os salários no nível federal são o dobro no seu equivalente no setor privado”, observou.

Questionado sobre a possibilidade de utilização do dinheiro do fundo eleitoral e do fundo partidário no enfrentamento da pandemia do coronavírus. Maia disse: “O presidente [Bolsonaro] tem toda a liberdade para usar o orçamento, ampliar os gastos e usar os recursos”.

Maia ressaltou que o enfrentamento da pandemia deve ser comandado pelo Executivo, embora com o apoio dos demais Poderes. “Se é no fundo eleitoral ou partidário, que podem representar R$ 2,5 bilhões, não vejo problema, que se use”, disse.

Calamidade

Maia buscou deixar claro, no entanto, que o uso desse tipo de rubrica é prerrogativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), uma vez que a o estado de calamidade pública decretado desobriga a União de cumprir a meta fiscal estabelecida para este ano.

“Não existe mais meta. O governo tinha projetado um gasto acima de sua receita primária de R$ 126 bilhões. Ele agora pode gastar R$ 200, R$ 300, R$ 400 bilhões”, alertou o deputado.

“Nós precisamos entender: a Saúde vai precisar de quanto? De R$ 50, R$ 100, R$ 150 bilhões. Só um projeto de suspensão do contrato de trabalho para contratar o seguro-desemprego vai custar quanto? De R$ 80 a R$ 100 bilhões. Por isso, a gente não precisa estar preocupado com gastos que têm previsão futura. Temos que usar qualquer rubrica”, observou.

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