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“Maguito ficaria feliz”, diz Daniel Vilela sobre aliança do MDB com Caiado

Filho do ex-prefeito Maguito Vilela, morto pela Covid, Daniel preside o MDB em Goiás; partido decidiu fechar aliança com o governador Caiado

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Ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás
1 de 1 Ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – Aos 37 anos, Daniel Elias Carvalho Vilela tem nas mãos a responsabilidade de presidir os rumos, em Goiás, de um dos principais e maiores partidos do país: o MDB. Preside a sigla desde 2016 e lida recentemente com a condução da aliança com o DEM, do governador Ronaldo Caiado.

O MDB é a mesma legenda que teve participação decisiva na redemocratização nacional e que, no estado, abrigou nomes do porte dos ex-governadores e ex-prefeitos Iris Rezende e Maguito Vilela. Este último, no caso, é pai do atual presidente do partido.

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Daniel Vilela com chapéu que era usado pelo pai, o ex-governador Maguito Vilela
Daniel Vilela mostra foto do pai, o ex-governador Maguito Vilela, morto por complicações da Covid-19 no início deste ano
Ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás
Daniel Vilela mostra foto do pai, o ex-governador Maguito Vilela, morto por complicações da Covid-19 no início deste ano
Chapeu que pertenceu ao ex-governador Maguito Vilela (MDB-GO)
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Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás, ao lado de lembranças de campanhas do pai, Maguito Vilela

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Daniel Vilela com chapéu que era usado pelo pai, o ex-governador Maguito Vilela

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Daniel Vilela mostra foto do pai, o ex-governador Maguito Vilela, morto por complicações da Covid-19 no início deste ano

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Daniel Vilela mostra foto do pai, o ex-governador Maguito Vilela, morto por complicações da Covid-19 no início deste ano

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Chapeu que pertenceu ao ex-governador Maguito Vilela (MDB-GO)

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Ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás, atende em escritório que era do pai, Maguito Vilela

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Daniel Vilela é daqueles filhos que seguiram os passos do pai. Ambos jogaram futebol profissionalmente. Ambos trilharam os caminhos da política. Maguito ocupou quase todos os cargos eletivos possíveis: vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, vice-governador, governador e prefeito. Foi enquanto prefeito eleito de Goiânia que morreu, em janeiro deste ano, vítima de complicações da Covid-19.

Daniel foi vereador, deputado estadual e deputado federal. E a tendência é que, caso os planos se concretizem conforme são planejados, saia candidato a vice-governador ou a senador na chapa majoritária do governador Ronaldo Caiado (DEM) em 2022. A aliança já está definida pelo MDB e será anunciada na sexta-feira (24/9) em Goiânia.

A aliança entre MDB e DEM em Goiás tem recebido algumas críticas, que Daniel considera naturais. No entanto, ele entende que o acordo deixaria Maguito Vilela feliz.

“Acho que, sem dúvida nenhuma, é um caminho que ele estaria, ou melhor, que ele está, onde quer que ele esteja, feliz por isso”, afirma Daniel.

Maguito ao redor

Daniel recebeu o Metrópoles no mesmo escritório que era do pai, em região nobre de Goiânia, onde está cercado por lembranças físicas de Maguito Vilela. Quadros, fotos, publicações, objetos pessoais, santinhos das campanhas que disputou ao longo da vida política. Ali é um chapéu que ele gostava de usar na fazenda em Jataí. Acolá é o blazer que o ex-governador gostava de manter sempre à mão para uma eventual necessidade.

Mas o filho nem precisaria de tantos objetos para se lembrar do pai. Daniel reconhece que Maguito é uma presença constante e marcante. “Ele está em tudo o que faço”, resume. Apesar disso, o ex-deputado não se vê como responsável por assumir todo o legado de Maguito.

“Eu vejo muito mais com orgulho, foi uma pessoa que muito fez e das quais as pessoas gostam. Mas acho que não tenho obrigação de estar na política para manter isso. Não é isso. Cada um tem a sua história. Uso isso muito mais como inspiração para ser uma pessoa melhor”, indica.

Nas decisões que toma, Daniel acredita ter o pai como referência. “Tive uma convivência muito intensa com o meu pai, pessoalmente e politicamente. Então o conheço como ninguém. Isso me ajuda e me inspira a tomar as decisões. A conversar, a convergir, a dialogar. Foi um grande professor que tive, e isso me ajuda muito”, conta.

Conhecido por ser diplomático e pacificador, Maguito teria trabalhado para conseguir apoio do próprio Caiado nas eleições que o emedebista ganhou, mas que a Covid impediu de assumir efetivamente o mandato. No entanto, a parceria acabou não se concretizando.

Agora, é Daniel quem tem o papel de levar essa ideia adiante.

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Idas e vindas

Daniel foi um dos adversários do próprio Caiado em eleições estaduais passadas. O atual governador deixou para trás o emedebista e o então governador José Eliton (PSDB) na disputa. Venceu ainda no primeiro turno, coisa que nunca tinha ocorrido em Goiás desde que as eleições começaram a ser disputadas nesse modelo.

Caiado levou a melhor em 2018 e, de quebra, tirou o poder o grupo do ex-governador tucano Marconi Perillo, que liderava no estado desde 1998. Naqueles tempos, Perillo teve uma vitória histórica e desapeou do poder justamente o MDB de Iris Rezende e Maguito, que já estava à frente dos rumos de Goiás desde 1982.

Entender as idas e vindas da história não é tarefa simples. Mas é fato que Caiado já foi aliado de Marconi e também do próprio MDB em 2014. Mas também faz sentido a avaliação de Daniel Vilela sobre o histórico de seu partido pelo menos de 1998 para cá: “O PSDB foi o nosso adversário histórico naqueles 20 anos”, disse ao Metrópoles.

É até nesse sentido que ele justifica a recente aproximação com Caiado, que ele criticou duramente durante a campanha e mesmo no início do atual governo.

“É uma aliança amparada numa coerência que não é de agora. Em 2014, apoiamos a candidatura dele ao Senado. E ele reconhece isso. Em 2018 disputamos contra, mas era uma disputa muito mais no sentido de uma mudança política no estado. É natural essa aliança e ela vai se fortalecendo naturalmente”.

Agora, pelo contrário, Daniel entende que o governo Caiado está no rumo certo. Ele acredita que deu um passo importante com a renegociação da dívida do estado e também na retomada de projetos importantes que fazem parte do DNA do MDB: habitacionais (grande marca de Iris) e sociais (lançados em Goiás por Maguito).

Ampla maioria

Na consulta aos prefeitos do partido e também às demais instâncias, a grande maioria do MDB no estado concordou com uma aliança administrativa e eleitoral com Caiado. Isso significa que, caso o governador se interesse, quadros do partido podem ingressar no governo a qualquer momento. Mas Daniel entende que não é obrigatória essa composição de imediato.

“É natural que a partir do momento em que você se declara apoiador de um projeto, você participe. Mas isso não foi discutido internamente e nem com o próprio governador. O MDB tem quadros qualificados e nada impede, mas acho que isso não vai acontecer agora. Talvez em um momento em que o governador resolva fazer uma reforma. Mas não vamos exigir e nem impor nada”, explicou.

Gustavo Mendanha

Mesmo que a maioria do partido tenha se posicionado a favor da aliança com Caiado, pelo menos um nome que ficou do outro lado incomodou de forma especial Daniel: o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha. Amigo do presidente do MDB, o chefe do Executivo da segunda maior cidade do estado cresceu politicamente ao lado de Maguito Vilela. Nas eleições passadas, ele foi eleito com mais de 90% dos votos.

Agora, é um dos poucos a se posicionar contra o acordo com Caiado. E, pior ainda, dá indicativos de que pode deixar o partido e se juntar ao grupo do ex-governador Marconi Perillo. Daniel Vilela reconhece que a relação entre ele e Gustavo está abalada.

Daniel conta que o prefeito indicou que, caso fosse voto vencido, acompanharia a maioria do partido, o que parece não estar ocorrendo.

“Tem hora que precisamos dar um passo atrás, ter um amadurecimento e compreender que nem tudo é o que a gente quer. Infelizmente parece que ele vai deixar o partido. Espero que seja só algo de cabeça quente. Afinal, vai sair do MDB para se juntar aos nossos grandes adversários ao longo de 20 anos? Para estar ao lado do ex-governador Marconi?”, indaga.

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