Magistrados alegam que feminicídio é “endêmico” no país após morte de juíza
Em nota, entidade que representa a categoria mostrou indignação com o assassinato de Viviane Vieira, morta a facadas pelo ex-marido
atualizado
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A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou uma nota pública sobre o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, morta a facadas pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, na frente das filhas gêmeas. O caso ocorreu no Rio de Janeiro, nessa quinta-feira (24/12), quando a juíza foi deixar as filhas com o pai para passar a véspera de Natal.
Na publicação, a AMB alega que o feminicídio é “endêmico no Brasil e precisa ser tratado como caso de Saúde, de Direitos Humanos e também de Segurança Pública”.
“Os magistrados apoiam a mobilização da sociedade contra esta chaga, por isso, colocamos em prática a campanha ‘Sinal Vermelho’, lançada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pelo fim de todas as formas de intimidação e agressão contra mulheres”, diz a publicação, assinada pela presidente da AMB, Renata Gil.
“Como maior entidade representativa dos juízes e desembargadores do país, a AMB repudia com veemência casos de feminicídio e defende o uso de todos os instrumentos legais disponíveis para o combate à violência doméstica, além do aperfeiçoamento da legislação. A magistratura zela para que crimes sejam elucidados com a maior rapidez, exige a pronta apuração de delitos cujos indícios apontam para o crime de assassinato pela condição de mulher, e para que os culpados sejam punidos com o rigor da Lei”, finaliza a nota.
Nota AMB Juiza Viviane Amaral by Juliana Barbosa on Scribd
Entenda
Nessa quinta-feira, Viviane foi morta pelo ex-companheiro na Avenida Rachel de Queiroz, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O crime ocorreu quando a juíza foi deixar as filhas com o pai para a noite de Natal. A mulher morreu no local e ele foi preso em flagrante para, em seguida, ser levado à Divisão de Homicídios (DH).
Viviane chegou a ter, por um tempo, escolta feita por seis homens armados e treinados em artes marciais, que lhe acompanhavam durante todo o dia em dois carros. O objetivo era protegê-la do ex-marido, que já a havia ameaçado e agredido. Eles foram casados entre 2009 e 2020.
A escolta havia sido colocada à disposição de Viviane após um pedido feito por ela. Menos de dois meses depois de solicitar a segurança, ela avisou que não queria mais a proteção, atendendo ao pedido de uma das crianças.
As cenas brutais ocorreram na frente das filhas do casal, gêmeas de 7 anos, e a mais velha, de 9. Um vídeo mostra que as crianças imploraram para que o pai parasse com as agressões.
Veja: