Mães denunciam importunação sexual dentro de colégio em Luziânia (GO)
Aluna de 15 anos tem crise de choro e não quer voltar mais para unidade de ensino depois que recebeu carta com desenhos pornográficos
atualizado
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Goiânia – Mães denunciam que as filhas foram importunadas sexualmente dentro do Colégio Estadual Professora Ester da Cunha Peres, em Luziânia (GO), no Entorno do Distrito Federal. Elas pedem uma postura da direção da unidade em relação aos estudantes que seriam autores dessa importunação.
O caso mais recente aconteceu no último dia 11 de maio. A mãe contou ao Metrópoles que a filha de 15 anos recebeu uma “carta” com desenhos pornográficos. A reportagem teve acesso a uma cópia, que contém desenhos de relações sexuais explícitas entre um homem e uma mulher (o portal decidiu não divulgar a imagem).
A adolescente teria ficado em pânico ao receber o desenho e começou a chorar, segundo a mãe. Depois de ser avisada por uma outra filha e pelo colégio, a mãe teve uma reunião com a diretora da unidade, mas a chefe da instituição teria defendido que aquilo era uma “coisa normal de adolescente”, nas palavras da mãe.
“Desde então, ela só chora e não quer ir para a escola. Ela se sentiu constrangida, se sentiu envergonhada”, disse a mãe da vítima, que defende a necessidade de não romantizar abusos desse tipo. Ela disse que ainda não fez boletim de ocorrência, pois a filha está com medo. Dois alunos teriam sido identificados como os responsáveis pela carta.
A direção da escola ficou com a versão original da carta pornográfica, de acordo com a mãe.
Beijo forçado
Uma outra estudante relatou que um aluno teria forçado um beijo nela em abril deste ano. Nesse caso, a direção do colégio também teria tratado o assunto como algo normal, segundo a aluna. Essa mãe chegou a procurar o Conselho Regional de Educação (CRE), instância acima da direção. Não foi informado se o aluno que enviou o desenho pornográfico em maio seria o mesmo que cometeu o assédio em abril.
A estudante que foi vítima desse assédio fez um boletim de ocorrência no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Luziânia em 7 de abril. O caso está sendo investigado, mas a Polícia Civil prefere não passar informações e detalhes, para não atrapalhar, já que a ocorrência ainda é considerada “controversa”.
Para o CRE teria um grupo insatisfeito com a atual gestão da direção do colégio e, por isso, teria espalhado informações falsas. A diretora do colégio teria feito inclusive um boletim de ocorrência contra quem plantou as informações.
Reunião
O gerente de segurança da Seduc, major Marcelo Cunha, informou ao Metrópoles que será feita uma reunião presencial na próxima semana com gestores do colégio para tratar as denúncias de assédio e importunação sexual. O caso será tratado de forma sigilosa pois envolve nome de adolescente, que deve ser resguardado.
“Nesse colégio estamos fazendo um trabalho minucioso, inclusive com P2 (policial do serviço de inteligência à paisana) e acompanhamento com a direção”, disse o major.
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