Mãe que matou e queimou o próprio bebê é indiciada por homicídio
Polícia concluiu o inquérito do caso que ocorreu em Anápolis (GO). Recém-nascido morreu asfixiado, antes de ser queimado em lote baldio
atualizado
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Goiânia – A mulher de 24 anos que queimou o próprio bebê recém-nascido, em um lote baldio de Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, foi indiciada por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da cidade concluiu o inquérito e anunciou o resultado nesta segunda-feira (24/5).
Ela aparece em imagens registradas por câmeras de segurança no dia 10 de maio, estacionando o carro em frente a um lote baldio no Residencial Cerejeiras. Em seguida, ela retira do veículo a caixa em que havia colocado o bebê e leva para dentro do lote, e retorna, instantes depois, para buscar o que seria o álcool utilizado para atear o fogo.
Veja:
A polícia descobriu o caso, depois que um cachorro de rua farejou o corpo carbonizado do bebê no lote e o saiu arrastando pelas ruas do bairro. Uma vizinha viu, achou estranho e, ao notar que se tratava de um corpo, acionou a polícia no dia 12 de maio.
A mãe foi presa e encaminhada para uma unidade prisional em Aparecida de Goiânia. Por meio dos laudos, a polícia descobriu que o bebê já estava morto, quando foi queimado. No interrogatório, a mulher disse que não sabia se a criança estava ou não viva, pois não teve coragem de abrir a caixa para se despedir.
A perícia evidenciou, no entanto, que o recém-nascido havia morrido por asfixia. Ele ficou sem ar, depois de ser enrolado em um cobertor e colocado dentro da caixa de papelão. A investigação descobriu, ainda, que o lote escolhido para queimar a criança pertence a um irmão da mulher, que mora no exterior.
Negação da gravidez
Evangélica, universitária e com medo da reação dos pais, a jovem tentou abortar, mas não conseguiu. Até o fim da gestação, ela viveu escondendo a barriga e alegando que havia engordado. O bebê, na verdade, nasceu saudável na Santa Casa de Anápolis e ela o escondeu em casa até o dia em que o queimou no lote baldio.
Até o namorado, que seria o pai da criança, foi enganado. Ele esteve na delegacia, foi ouvido e se mostrou surpreso ao saber que o bebê chegou a nascer. Para ele, a namorada havia dito que a gravidez era indesejada e que, por isso, tinha abortado no sexto mês de gestação.
Os dados da criança, do nome da mãe e de onde ela havia nascido foram encontrados pela polícia na pulseira de identificação do hospital que permanecia amarrada na perna direita do bebê. Foi a única parte do corpo que permaneceu intacta, após a ação do fogo.
A mulher relatou à polícia que, do jeito que pegou a criança na alta do hospital, ela a deixou em casa até o dia em que decidiu queimá-la. Em casa, o recém-nascido só recebeu alimento no primeiro dia. A mãe tentou amamentá-lo, mas desistiu e o colocou em um quarto dos fundos, onde o bebê permaneceu por cerca de dois dias, sem receber nada de alimentação.