Mãe luta na Justiça para obrigar filho a fazer tratamento
Sem esperança, jovem não quer se tratar. Ele sofre de uma doença crônica nos rins
atualizado
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A professora Edina Maria Alves Borges, de 55 anos, iniciou uma batalha judicial contra o próprio filho, José Humberto Pires de Campos Filho, de 22, para obrigá-lo a submeter-se a sessões de hemodiálise.
“É egoísmo uma mãe querer que o filho não desista de viver? Acho que não. Eu faria isso por qualquer pessoa, mesmo que não fosse meu filho”, disse em reportagem ao Estadão. O rapaz, que mora em Trindade (Goiás), sofre de uma doença crônica que impede o funcionamento dos rins. Sem querer tentar o transplante e resistir a fazer hemodiálise, Edina só viu na justiça uma saída. “Ele decidiu morrer e acha que é um direito. Como mãe, só quero que ele lute pela vida dele.”
Esse, inclusive, foi o argumento de Edina ao juiz, quando conseguiu a interdição parcial do filho para obrigá-lo, ao menos, a fazer a hemodiálise. A decisão foi baseada em uma perícia feita pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás, que atestou que ele tem “total capacidade de entendimento”, mas “imaturidade afetiva e emocional”, o que tornaria parcial sua capacidade de tomar decisões.
José Humberto, no entanto, defende estar ciente da sua decisão.”Sei o que é melhor para mim. E o melhor é viver do jeito que vivia antes, e era feliz. Se não vou viver feliz, prefiro morrer”, disse.
Humberto está obedecendo a decisão da justiça de fazer hemodiálise, mas não desistiu de lutar para derrubar a liminar. “É um tratamento insuportável, contínuo. E não cura, será pelo resto da vida. Sinto muita dor, passo muito mal, saio da máquina superdebilitado. Não quero isso para minha vida. Não compensa viver assim. É melhor que seja do meu jeito. Vou brigar por esse direito.”
Com informações do jornal O Popular