1 de 1 Kauã Almeida Tavares - menino morto por mãe a padrasto RJ 2
- Foto: Reprodução/ TV Globo
Rio de Janeiro – Um casal foi preso este fim de semana suspeito de matar uma criança de 10 anos, em Itaboraí, região metropolitana do Rio. A mãe, Suelen da Conceição Almeida, e o padrasto, Alan Ferreira da Silva, teriam simulado uma cena de suicídio, como se o menino tivesse tirado a própria vida, para tentar despistar os policiais.
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Mãe e padrasto simularam cena do crime como se menino tivesse cometido suicídio
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Kauã Almeida Tavares
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“O meu neto tinha 10 anos, era uma criança linda, abençoada. Aonde ele ia, ele fazia amizade. Então, eu acho que ele não faria isso com ele mesmo. Não tirava vida, tirar sua própria vida”, disse Renata Silva da Conceição, avó de Kauã, ao Fantástico, da TV Globo.
O caso aconteceu em 17 de março de 2022. Alan disse que disse que encontrou o menino em casa com uma corda no pescoço, que seria a guia do cachorro da família. A criança foi socorrida para uma UPA em São Gonçalo, mais longe do que a unidade de saúde mais próxima da casa.
Diferente da versão do casal, o laudo da perícia e a reprodução simulada mostram que o menino morreu por esganadura. A necrópsia indicou lesões no pescoço, na nuca e na região cervical:
“As marcas encontradas no pescoço não condizem com o enforcamento. Mas, sim, com uma esganadura praticada pelos dedos das mãos. Isso é uma prova técnica irrefutável que não houve enforcamento, não houve suicídio”, disse o delegado Fábio Asty, que investiga o caso.
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Em 2008, a morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, chocou o Brasil. Após voltar de um passeio com o pai, Alexandre Nardoni, com a madrasta, Anna Carolina Jatobá, e com os dois meios-irmãos, Isabella foi arremessada do sexto andar do prédio onde o progenitor morava. A menina foi encontrada, ainda com vida, pelo porteiro do edifício, mas não resistiu aos ferimentos
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Durante as investigações, Alexandre e Anna Carolina Jatobá chegaram a acusar a presença de um intruso no imóvel. Contudo, a perícia indicou que não havia desconhecidos no local e apontou o pai e a madrasta da menina como responsáveis pelo crime. Ambos foram presos por homicídio doloso qualificado por motivo torpe, crueldade e impossibilidade de defesa da vítima
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Em 2014, a morte de Bernardo Boldrini, de 11 anos, causou comoção nacional. Isso porque o menino foi assassinado pelo próprio pai, o médico cirurgião Leonardo Boldrini, e a esposa dele, a enfermeira Graciele Ugoline, para não tocar na herança que a mãe de Bernardo deixou após a morte, em 2010
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Durante as investigações, ficou constatado que Leonardo e Graciele aplicaram altas doses de sedativo na criança e enterraram o corpo em uma cova com soda cáustica. Além disso, foi comprovado o envolvimento de Edelvânia Wirganowicz e Evandro Wirganowicz, amigos de Graciele, no crime. Todos foram condenados
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Em 2019, o assassinato cruel de Rhuan Maycon, de 9 anos, causou perplexidade. O menino foi esquartejado pela própria mãe, Rosana Auri da Silva Cândido, e pela namorada dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, na casa em que viviam em Samambaia, Distrito Federal
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A perícia constatou que além de toda crueldade que Rhuan enfrentou antes de morrer, ele ainda levou 12 facadas e teve o pênis arrancado. Partes do corpo da criança estava em uma mala na casa e outras partes foram encontradas em uma mochila, próxima à residência. Durante a prisão, a mãe do menino chegou a afirmar que o odiava
Imagem cedida ao Metrópoles
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Rosana foi condenada a 65 anos de prisão e a namorada dela, Kacyla Priscyla, a 64 anos. Ambas respondem por lesão corporal gravíssima duplamente qualificada e majorada, homicídio triplamente qualificado e majorado, destruição e ocultação de cadáver e fraude processual
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A menina foi assassinada por policiais enquanto estava dentro de uma kombi com a mãe, no complexo do Alemão. A menina levou um tiro nas costas e chegou a ser encaminhada para o hospital, mas morreu no dia seguinte
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Durante a perícia, ficou constatado que a bala saiu da arma de um policial militar. Após a informação, a corporação informou que o crime, na verdade, foi um “erro de execução”. O militar Rodrigo José de Matos Soares se tornou réu por homicídio qualificado, mas o caso só começou a caminhar em fevereiro de 2022
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Em 2020, a morte de Miguel Otávio, de 5 anos, chocou o Brasil. O crime aconteceu após a mãe do menino sair para passear com os cachorros da empregadora Sari Gaspar Corte Real, esposa do ex-prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker (PSB). Miguel teria ficado no apartamento com a mulher, no entanto, após ser deixado sozinho, o menino subiu para o nono andar do prédio, que não tinha proteção, e caiu de uma altura de 35 metros
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Sari chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo, mas pagou fiança e foi liberada. Após as investigações, o Ministério Público de Pernambuco determinou que a mulher respondesse por abandono de incapaz com resultado de morte. No entanto, o caso ainda segue sem condenação judicial
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Em 8 de março de 2021, Henry Borel, de 4 anos, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, a mãe do menino, Monique, e o padrasto, Jairinho, disseram à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico e precisava de socorro
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Henry Borel
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Jairinho e Monique foram presos e respondem por tortura, homicídio triplamente qualificado, além de fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica. O caso aguarda para ser julgado pela Justiça
Segundo as investigações, a versão do casal também caiu em contradição em relação ao local que o menino foi encontrada. Os dois disseram posições diferentes ao agentes. Segundo os laudos, ficou provado também que o menino não cometeu suicídio por não alcançar a corda:
“Ele não teria como alcançar a corda lá em cima na janela e também, de onde saiu essa esganadura no pescoço, esses sinais de esganadura? Ninguém se esgana sozinho. Acredito que quando ele foi pendurado, ele já estivesse morto”, explica o médico legista Júlio César Cury.
Testemunhas contam que Kauã sofria agressões dentro de casa e relatava cansaço na escola por fazer tarefas domésticas:
“Há relatos de testemunhas de que certa vez o Kauã foi violentado fisicamente pela mãe, levando uma surra com cabo de vassoura. Ele também tinha uma violência psicológica, sofrer essas violências físicas constantemente. E a gente não tem dúvida que a razão da sua morte foi nesse destempero praticado pela Suelen e também pelo padrasto Alan”, diz o delegado Fábio Asty.
Segundo a avó do menino, uma professora teria relatado que Kauã era obrigado a fazer tarefas domésticas:
“Ela falou que ele fazia as coisas, tarefas dentro de casa: lavava louça, passava roupinha dele, cuidava do irmão e a mãe dele só dormia. Falou que ele era obrigado a fazer isso”, conta Renata Silva da Conceição.
O casal que foi preso temporariamente está junto há três anos e nega as acusações.
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