Mãe e padrasto de Henry receberam polícia “tranquilos e solícitos”
Foram cumpridos, nesta sexta-feira, quatro mandados de busca e apreensão em três endereços diferentes. Casal foi acordado pelos agentes
atualizado
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Rio de Janeiro – Agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) acordaram a mãe de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, a professora Monique da Costa e Silva e o padrasto, o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Doutor Jairinho (Solidariedade) para apreender celulares e computador, na casa do pai dele, onde estão, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.
“O casal, embora ainda abalado com a morte do Henry, recebeu a polícia de maneira tranquila e solícita”, afirmou o advogado André França. Henry morreu no hospital Barra D’Or, no último dia 8. Laudo de necrópsia aponta morte violenta, mas o casal alega acidente doméstico.
“A busca e apreensão realizada também na casa do pai, Leniel, ao contrário do que afirma o seu advogado, mostra que a polícia segue investigando todas as hipóteses”, declarou França. Procurado, o advogado de Leniel, Leonardo Barreto, ainda não se pronunciou.
“O casal permanece confiante e seguro na inocência e seguirá na mesma postura de prestar às autoridades todas as informações necessárias à elucidação desta tragédia”, completou André França.
A polícia também conseguiu na Justiça a interdição do apartamento, por 30 dias, de Monique e Jairinho, em Jacarepaguá. No último dia 8, apenas o casal estava no imóvel, quando o menino passou mal e, segundo os médicos, chegou morto na unidade.
O objetivo da polícia é fazer a reconstituição do caso, com nova perícia. Isso porque, segundo Monique, ela não contou à faxineira sobre a morte do garoto, que fez a limpeza do quarto onde Henry estava. Mas na delegacia, a funcionária deu outra versão, de que soube pela patroa que o menino havia falecido.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram o fim de semana anterior normal. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo registro policial registrado pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.
Investigações
Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) fizeram uma espécie de reconstituição do último dia do menino, no domingo, quando estava em companhia do pai. Eles recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping, onde o garoto foi a um parquinho, e do condomínio em que Leniel Borel mora.
No dia 17, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos, separadamente, por cerca de 12 horas na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram ouvidos nove dias depois do crime, porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.
No depoimento, ambos afirmaram que estavam em um quarto vendo série e, quando foram dormir, a mãe encontrou Henry caído no chão, ao lado da cama, com as extremidades frias e com dificuldade para respirar. Monique disse à polícia que acredita que o menino tenha caído da cama.
A equipe médica que atendeu Henry no hospital da Barra; a empregada da casa onde o menino morava com a mãe e o padrasto; a avó materna e uma ex-namorada de Jairinho prestaram depoimento aos policiais.