Mãe e madrasta são condenadas no RS por assassinato do menino Miguel
Ex-companheiras têm penas fixadas em mais de 50 anos de prisão. Miguel foi morto em julho de 2021, aos 7 anos de idade
atualizado
Compartilhar notícia
O Júri da Comarca de Tramandaí (RS) condenou, nessa sexta-feira (6/4), mãe e madrasta de serem responsáveis pelo assassinato de Miguel dos Santos Rodrigues (foto em destaque). O menino foi morto em julho de 2021, aos 7 anos de idade.
Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, a mãe, foi condenada a 57 anos, um mês e 10 dias de reclusão por tortura, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já Bruna Nathiele Porto da Rosa, a então madrasta, teve sua pena estipulada em 51 anos, um mês e 20 dias de prisão pelas mesmas infrações.
Presas preventivamente há três anos, desde o ano do crime, as rés não poderão recorrer em liberdade da decisão.
Segundo denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a criança era vítima de agressão e torturas pelo então casal, que o considerava um “estorvo” para o relacionamento.
O menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, vivia com a mãe e com a companheira dela em Imbé, no litoral do Rio Grande do Sul.
Em prints de conversas entre a mãe do menino e a madrasta obtidas pela polícia, elas falavam sobre a compra de uma corrente para prendê-lo.
Após matar o filho, a mãe da criança jogou o corpo de Miguel em um rio no município de Imbé.
Ela usou uma mochila de rodinhas para transportar o cadáver do menino até o rio. A Polícia Civil informou que a mulher chegou a procurar a delegacia para registrar o desaparecimento da criança, mas acabou confessando que dopou o menino e jogou o corpo no rio.
Julgamento
O júri teve dois dias de duração. No primeiro dia, com 13 horas de duração, foram ouvidas seis testemunhas, entre elas, o delegado de Polícia que coordenou as investigações sobre o desaparecimento de Miguel, policiais militares e civis que atuaram na ocorrência e pessoas que conheceram as rés no período em que moraram no litoral.
Quando teve início o interrogatório das acusadas Yasmin e Bruna, as duas trocaram acusações. A mãe de Miguel afirmou que a morte foi acidental, após bater nele por ter evacuada nas calças e medicá-lo por conta própria, e que ocultou o cadáver porque não iriam acreditar no que havia acontecido.
Disse que ela e a então companheira brigavam muito e que Bruna agredia o menino. Já a madrasta assumiu a tortura psicológica, por ter produzido vídeos em que aparece ameaçando Miguel, e a ocultação do corpo, sustentando que ela teria sido forçada por Yasmin a colaborar.