Mãe do suspeito de matar ex-sogro diz que ele era induzido à violência
Em coletiva de imprensa, a mãe de Felipe Gabriel disse que a ex-namorada dele o “induziu” a agir de maneira violenta. Crime foi em Goiânia
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – A mãe de Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, investigado por matar o ex-sogro em uma farmácia, em Goiânia, disse nesta sexta-feira (1º/7) que a ex-namorada dele e filha da vítima, Kênnia Yanka, 26, “induziu” o homem a comportamentos violentos.
Lúcua de Fátima de Souza Jardim esteve na central da Polícia Civil e afirmou ainda que o filho fez tratamento psicológico entre os 5 e 14 anos. Ele foi filmado atirando contra o policial civil aposentado João Rosário, de 62 anos, que estava sentado atrás do balcão da farmácia onde era sócio.
“Eu não estou falando aqui que meu filho está certo em tirar uma vida, mas eu estou aqui para falar que ela [Kênnia Yanka] induziu ele aos nervos. Ela ficava ligando, perturbando o tempo todo”, disse ela à imprensa.
Sem especificar o possível “transtorno” do filho, Lúcia informou ainda que isso pode ter contribuído para que ele cometesse o crime.
“É uma tragédia, ninguém está feliz com isso, mas tem esse outro lado, que teve o surto do meu filho”, contou a mulher. De acordo com ela, o tratamento do filho foi suspenso sem recomendação médica, durante a adolescência dele, e os laudos foram jogados fora.
Vontade de se entregar
Ainda de acordo com a mãe de Felipe, ele teve vontade de se entregar à Polícia, ao invés de ser preso, como aconteceu. Ele foi preso na última quarta-feira (29/6), na casa da mãe dele, no Conjunto Riviera, na capital goiana, após três dias foragido. Ele estava acompanhado de familiares. O crime foi cometido na manhã de segunda-feira (27/6) na farmácia de propriedade do policial civil aposentado.
“O tempo todo ele queria se entregar, já estava até vestido e eu falava que precisava esperar os trâmites. Ele não queria ser abordado lá, ele queria ele vim”, disse ela.
Detalhes do crime
Em depoimento, o investigado confessou o assassinato. Segundo ele, o homicídio foi motivado pelo registro de um boletim de ocorrências contra ele, após ameaças a ex-namorada, filha da vítima. De acordo com a polícia, Felipe acreditava que isso poderia atrapalhar o seu objetivo de entrar na Polícia Militar.
Por meio das redes sociais, a corporação deu detalhes sobre o depoimento de Felipe, que foi ouvido na sede da Delegacia de Homicídios (DIH), pelo delegado Rhaniel Almeida, por cerca de 2 horas, acompanhado de advogado. O jovem confessou os disparos de arma de fogo, informou que a arma utilizada no crime foi a apreendida, que está cadastrada no nome dele.
O rapaz confirmou que houve uma discussão no último sábado (25/6), em que a vítima teria presenciado ameaças dele contra a ex-namorada, além de um disparo de arma de fogo na casa da vítima. Inicialmente, após o crime, ele se escondeu na zona rural de Caldazinha, cidade próxima a Goiânia. Depois, em período não especificado, foi para a residência do Conjunto Riviera, em Goiânia, onde foi preso.
O inquérito segue em curso e a polícia aguarda a finalização de alguns laudos periciais para a conclusão do caso.
“Ele vai me matar”
A farmacêutica Kênnia Yanka Silva Leão, de 26 anos, ex-namorada do suspeito de matar a tiros o pai dela dentro da farmácia da família em Goiânia, disse ao Metrópoles que sentiu “alívio” depois de ele ser preso. Ela afirmou, porém, que ainda se sente muito “insegura” e com “revolta” por causa do crime cometido por Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, 26. “Se for solto, ele vai me matar”, disse ela.
Segundo Kênnia, ela já estava separada de Felipe Gabriel e, no dia do crime, recebeu mensagem dele, por volta das 11h, depois de ele saber que o pai dela havia registrado boletim de ocorrência por violência doméstica contra o jovem. Segundo a farmacêutica, ele disse a ela que mataria o ex-sogro.
A farmacêutica afirmou que não tinha ido trabalhar no dia do crime na farmácia junto com o pai porque estava mal em razão de brigas que teve com o ex dias antes. Kênnia contou, ainda, que, após ouvir ameaça de morte contra o pai dela, tentou ir até a farmácia, mas houve um problema com o carro no meio do caminho. Ela tentou pedir ajuda, mas não deu tempo.
“Ele me ligou falando que já tinha matado meu pai e iria atrás de mim para me matar também e depois iria suicidar”, relatou a farmacêutica, que, assim que desligou o telefone, recebeu ligação da irmã mais velha, que presenciou o crime, dizendo que o pai delas havia sido assassinado. Kênnia e Felipe namoraram durante um ano.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.