Mãe diz ter sido impedida de entrar com o filho em bar de São Paulo
A fotógrafa Marcelle Cerutti diz ter sido barrada ao entrar com seu filho de 5 anos no Miúda, onde iria comemorar o aniversário de uma amiga
atualizado
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São Paulo – A fotógrafa Marcelle Cerutti, de 34 anos, afirma ter sido impedida de entrar no bar Miúda, em Campos Elísios, região central de São Paulo, no último domingo (3/4), porque estava acompanhada de seu filho, uma criança de 5 anos. O caso gerou repercussão nas redes sociais com outras mães que relataram episódios parecidos.
Em post nos stories do Instagram, Marcelle disse que foi ao bar no período da tarde, por volta das 17h, para comemorar o aniversário de uma amiga. Chegando ao estabelecimento, recebeu a informação de que o lugar não permite a entrada de crianças.
“Cheguei no bar mais descolado da Santa Cecília para comemorar o aniversário de uma amiga e não pude entrar porque estava com o meu filho. Aparentemente, o bar que aceita todo mundo, não aceita mães solas com seus filhos. Não era balada, não era noite, era um espaço aberto e eu só iria ficar um pouco”, disse na publicação.
Em resposta ao caso, o Miúda Bar divulgou um comunicado nas redes sociais explicando o porquê de não permitir menores de 18 no estabelecimento. Segundo o bar, o espaço tem “lotado muito desde novembro do ano passado, quando expandimos para o galpão de trás e o estacionamento. A segurança das pessoas lá dentro é nossa preocupação diária desde a primeira abertura no espaço maior”.
Ainda de acordo com o comunicado, o bar procurou assessoria jurídica para saber se poderia funcionar como um espaço para maiores de 18 anos e foi concluído que o “espaço não era propício para crianças”.
“Nosso ambiente é feito para adultos, com programação cultural de cunho adulto e consequentemente para maiores de 18 anos. Este posicionamento não exclui o fato de que estamos sempre pensando em melhorias no espaço e funcionamento”, completa.
Nas redes sociais, o caso teve grande repercussão, com internautas denunciando que já passaram por situação semelhante ao visitarem o bar.
Bar (que não faz jus ao nome de bar) em SP acusado de barrar mãe com criança. Os picos hipsterzinhos de SP são cheios de olhar feio pq hispter não procria. Bar bom, de garçom tiozão e tirador de chope na régua, já logo vem oferecer a cadeirinha, traz papel pra criança desenhar
— Artur Rodrigues (@arturrodrigues) April 4, 2022
O absurdo é: a lei, que não costuma ser a referência da justiça nesse país, não só condenaria o bar como tbm o faria pagar uma bela indenização por danos morais à mãe. Mas a opinião pública ficou parada no ponto de achar que pode julgar o que é bom ou não para o filho dos outros.
— Debora Baldin – #teamLinn (@deborabaldin_) April 4, 2022
Em um dos posts, uma pessoa também alegou ter sido vítima de um episódio de racismo dentro do mesmo local em 2021. Segundo o post, funcionários do bar teriam questionado o desaparecimento de duas cadeiras de praia para um homem que tinha levado o objeto da sua casa.
ontem aconteceu o que eu a gente já imaginava
sofremos racismo dentro do #miudabar.
após um sol no minhocão levamos as MINHAS cadeiras de praia para a calçada AO LADO do bar.
lá, fomos questionados 4 VEZES, se as cadeiras eram nossas, e até polícia para nós ameaçaram chamar. + pic.twitter.com/UjZ2r9nTbk— caleb (@_c4bulosa) July 26, 2021