Mãe de um dos mortos do Jacarezinho quer indenização de deputados
Ela foi associada ao tráfico de drogas em imagens de vídeo falso que viralizou na internet. Pelo menos 17 pessoas teriam compartilhado
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A microempresária Adriana Santana de Araújo, de 43 anos, mãe de Marlon Santana, de 23 anos, um dos mortos na comunidade do Jacarezinho no último dia 6, vai processar quem reproduziu falso vídeo no qual ela é associada ao tráfico de drogas.
Em entrevista ao Jornal Extra, ela informou que a publicação inicial foi do deputado estadual Filippe Medeiros Poubel (PSL-RJ). A defesa pedirá na Justiça R$ 40 mil de cada um das 17 pessoas identificadas, entre deputados e blogueiros.
“Quero que ele (Poubel) tenha uma vida boa, conheça Deus e tenha amor. E que ele reconheça que o que ele foi comigo não se faz com ninguém. Ele sujou a minha imagem e a imagem de outra família. Sou íntegra e trabalhadora. Assim como eu, a outra mulher correu risco de vida. Era um momento de luto meu e uma festa de aniversário de uma outra família e eles fizeram uma junção para me atacar. Eu fui a mais prejudicada. Que a Justiça o condene e que ele pague pelo que fez”, afirmou em entrevista à reportagem.
A pedido do advogado João Tancredo, a Justiça determinou que o vídeo fosse retirado do ar das redes sociais do blogueiro Allan Lopes dos Santos e da Sheila Aparecida Pedrosa de Mello Oliveira; a Delegada Sheila (PSL-MG). Poubel alegou que já apagou o vídeo de suas redes sociais. Através de sua assessoria, o deputado disse que não foi notificado do processo.
Adriana foi identificada erroneamente em imagens que viralizaram na internet. Segundo o jornal, o vídeo mostrava outra mulher, a empregada doméstica desempregada Rosana Contas do Carmo, de 49 anos, com a mãe dela, a costureira Vera Lúcia Coutas, de 69. Elas apareceram segurando armas, que alegam ser de airsoft. A gravação teria ocorrido em janeiro.
A operação do Jacarezinho resultou na morte de 28 pessoas, 27 acusados de envolvimento com o tráfico de drogas e o policial civil André Frias. O Ministério Público criou uma força-tarefa para apurar o caso.