Mãe de soldada morta em quartel da PM de Manaus pede federalização
A mãe da policial militar Deusiane Pinheiro, Antônia Assunção, após 9 anos sem respostas solicitou a Câmara dos Deputados a federalização
atualizado
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Após nove anos da morte da policial militar Deusiane Pinheiro, de 26 anos, no batalhão da Polícia Militar em Manaus, em 2015, sua mãe Antônia Assunção foi ouvida na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, na quinta-feira (11/4). Ela solicitou que o crime seja federalizado.
A policial militar foi encontrada morta com perfuração de armas nas dependências do Pelotão Ambiental de Manaus no dia 1º de abril de 2015. A família relata que Deusiane estava sofrendo perseguição de outro policial que foi denunciado junto a outros quatro PMs em 2017.
Na Comissão de Direitos Humanos, Antônia Assunção, afirmou que luta “por justiça há nove anos, minha filha fez nove anos que foi morta dentro do batalhão e eu peço a vocês que encaminhem esse processo para uma federalização, porque aqui no Amazonas não vai haver justiça” e solicitou por uma audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
“Aqui, a justiça nunca chegou. Estou há nove anos dentro de casa, porque posso ser fuzilada. Minha família pode ser fuzilada. Peço que a senhora presidente da comissão olhe com carinho e me ajude nesta situação. Me ajude a conseguir essa audiência com o ministro”, clamou a mulher.
Morte de Deusiane
Após Deusiane Pinheiro ser encontrada morta, o Ministério Público (MP), em sua denúncia, apontou que a vítima possuía um relacionamento romântico conturbado com outro agente “especialmente, após o denunciado reatar sua relação com uma ex-companheira, ao mesmo tempo que desejava manter a relação com a vítima”.
O promotor Edinaldo Aquino Medeiros responsável pela denúncia destacou que a mulher e o policial realmente tiveram um caso e chegaram a ter relação sexual.
Segundo os outros quatro policiais que estavam na embarcação, eles escutaram, do piso inferior, um barulho de tiro no andar de cima e quando correram para o local, encontraram o PM acusado de ser autor em frente a vítima ferida.
A defesa do Policial Militar afirmou que Deusiane teria cometido suicídio e que a versão, segundo o MP, “foi corroborada pelos depoimentos dos demais denunciados, ao afirmarem que encontraram Deusiane ferida deitada no solo e com a arma ao seu lado”, porém, Edinaldo Aquino Medeiros destacou que pelo laudo de exame do armamento e das munições, a arma teve o ferrolho alterado.