Mãe de Miguel diz que recorrerá de pena contra ex-patroa: “Assassina”
Miguel, 5 anos, morreu após cair do 9º andar do prédio de luxo, após ser deixado no elevador sozinho por Sari Corte Real
atualizado
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A mãe de Miguel Otávio, de 5 anos, Mirtes Renata Santana de Souza (à esquerda com o filho na foto), não se conforma com a sentença que Sari Corte Real, sua ex-patroa, recebeu da Justiça na última semana. Ela promete recorrer. Sari terá de cumprir oito anos e seis meses de reclusão em regime fechado por abandono de incapaz. Em 2 de junho de 2020, Miguel caiu do 9º andar do prédio de luxo onde a mulher morava, em Recife (PE). Mirtes trabalhava na casa de Sari e desceu com os cachorros. Neste intervalo, perdeu o filho em uma tragédia que abalou e emocionou o país.
“Na minha concepção, há todos os elementos necessários para que ela fosse condenada à pena máxima, de 12 anos. Para mim, não há qualquer atenuante para o que ela fez. É uma assassina, irresponsável e racista. Para essas pessoas, crianças pretas são mais espertas, sabem se virar, não precisam de cuidados. Foi claramente dessa forma que ela agiu com o Miguel. Tanto que no processo ela disse que falou para ele: ‘Vai que depois sua mãe te encontra'”, disse Mirtes, segundo reportagem de O Globo.
De acordo com Mirtes, o sofrimento é intenso, assim como a luta. “Tem um monte de gente que cometeu crime e que vai para a cadeia, mas algumas conseguem ter privilégios que outros não têm. Infelizmente, as leis são boas, mas são mal aplicadas”, destacou.
A decisão que condenou Sari Corte Real é do juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente de Recife, capital de Pernambuco, e saiu na última terça-feira (31/5), dois dias antes do aniversário da criança.
O juiz afirmou que “a conversão de pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos não é possível, já que supera quatro anos”. Sari, contudo, poderá recorrer da decisão em liberdade.
Relembre o caso
Miguel Otávio morreu ao cair do 9º andar de um prédio de luxo, na capital pernambucana, onde a sua mãe, Mirtes, trabalhava como diarista da família Corte Real. As investigações indicaram que Sari deixou a criança sozinha no elevador do condomínio onde mora.
Em 1º de julho de 2020, a ex-primeira-dama da cidade de Tamandaré foi indiciada pela polícia por abandono de incapaz com resultado de morte. Em 14 de julho do mesmo ano, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou Sari pelo crime tipificado no indiciamento apresentado.
Vídeo mostra os últimos momentos de Miguel:
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