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Mãe de menino autista dopado em creche: “Não conseguia andar sem cair”

O menino autista, de 2 anos, teria sido dopado com Zolpidem por, supostamente, atrapalhar a rotina das outras crianças da creche

atualizado

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Reprodução/TV Globo
Menino autista supostamente dopado em creche no Rio de Janeiro
1 de 1 Menino autista supostamente dopado em creche no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/TV Globo

A mãe do menino autista de 2 anos, supostamente dopado com o remédio controlado Zolpidem em uma creche do Rio de Janeiro, afirmou que, quando encontrou o filho, ele “estava tonto, desequilibrado” e “não conseguia andar sem cair”.

A família da criança denunciou o caso à Polícia Civil. A situação ocorreu na creche municipal Espaço de Desenvolvimento Infantil René Biscaia, em Cosmos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

“Eu peguei o meu filho visivelmente dopado. Ele ainda estava acordado, porém estava tonto, desequilibrado, ele não conseguia andar sem cair. Inclusive, no momento em que eu peguei o meu filho na porta da escola, ele só não caiu porque a mãe de um outro aluno segurou para ele não cair”, disse Laís Torres, mãe da criança.

Ela também relatou que o menino apresentava um cansaço não usual e problemas na locomoção, características anômalas a ele que costuma andar de bicicleta e brincar normalmente, apresentando apenas atrasos na fala.

Quando perceberam a mudança no comportamento, levaram a criança à emergência do Hospital Municipal Rocha Faria, chegando lá, o menino estava desmaiado.

“O médico disse que ia ministrar um remédio e ver se ia dar resultado, se não desse ele seria entubado. Foram os piores 20 minutos da minha vida”, conta a mãe.

Denúncia a polícia sobre caso do menino autista

Já no hospital, a criança passou por uma lavagem estomacal e recebeu medicação. A família conta que o médico sugeriu que eles fizessem denúncia à polícia, porque os exames apontavam que o menino teria sido dopado. O boletim médico identificou a situação como uma intoxicação aguda.

Seguindo orientações do médico, a família registrou o boletim de ocorrência na delegacia de Campo Grande.

Os pais afirmam que como a Polícia Civil não solicitou um exame toxicológico, eles realizaram uma clínica particular, que encontrou 0,18 miligramas de Zolpidem no organismo do menino.

A família procurou a delegacia de Campo Grande. Segundo eles, os investigadores não pediram nenhum exame. Por isso, decidiram procurar uma clínica particular, que encontrou 0,18 miligramas de Zolpidem no organismo do menino.

Pedido de exoneração

Os pais foram à 10ª Coordenadoria Regional de Educação, nessa segunda-feira (24/6), para solicitar que o menino seja mudado de unidade.

“Como pode escola que deveria colher e cuidar dele fazer uma coisa dessas? O autismo não é para os pobres no Brasil, tudo é com muita briga”, contou o pai, Luiz Felipe.

A mãe afirmou que tem prints de conversas de professores da creche, afirmando que o filho atrapalhava a rotina de outras crianças e que não dormia com os colegas no horário destinado pela equipe responsável. Ao que tudo indica, essa teria sido a motivação para dopar o menino.

Lays decidiu denunciar o caso com o objetivo de conseguir a exoneração dos responsáveis por dopar o filho. Segundo a mulher, ela não quer prejudicar a creche, apenas deseja a punição dos culpados.

“Eu quero que quem fez isso com meu filho pague. Quem fez e quem foi conivente. Desde a direção a todos os outros profissionais que podem ter sido coniventes em ver outro profissional medicando uma criança e ficando quieto”, pediu.

Segundo ela, o objetivo não é fechar a creche. “Porque tem muita mãe que precisa que o filho fique lá para trabalhar, para levar o sustento para dentro de casa”, explica.

“Eu só quero que tenha profissionais capacitados, que são seres humanos de verdade, que não vão fazer maldade com as crianças. Eu quero só que as pessoas que fizeram isso com o meu filho sejam exoneradas, que elas não possam trabalhar nem ali, nem em lugar algum, porque ser transferido é muito fácil”, continuou.

O que diz a Secretaria Municipal de Educação

A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que uma sindicância instaurou e que está colaborando com a investigação da Polícia Civil para comprovar se alguma substância foi dada à criança dentro da escola e quem teria sido o responsável.

O órgão ainda afirma que, desde quando tomou conhecimento sobre o assunto, a família foi procurada e teve o pedido de transferência do aluno para outra escola atendido.

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