Mãe de menina baleada em Queimados: “O sentimento é de revolta”
Ação da Polícia Militar no Morro da Torre deixou um menino de 6 anos morto e duas meninas baleadas. Gabriela, de 13 anos, tem quadro grave
atualizado
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Rio de Janeiro – Ainda em choque após ver sua filha Gabriela, de 13 anos, baleada no Morro da Torre, em Queimados, na Baixada Fluminense, Jessica Aristides, de 31 anos, conta que as crianças feridas na ação da Polícia Militar auxiliavam na mudança de um vizinho, que decidiu deixar o local justamente por causa da violência.
“O sentimento é de revolta, ódio. Está todo mundo inconformado. É muito triste. Apesar do que foi dito pela polícia, não havia bandidos por lá. E, por isso, as crianças estavam ali ajudando na mudança”, conta Jéssica.
Jessica conta que, no quintal da casa onde as crianças estavam, havia uma lona, que estava baixa, e, como os policiais chegaram por cima, atiraram acreditando ter criminosos escondidos no local.
“Tinha uma lona no meio da comunidade que estava baixa. Os policiais vieram por cima e atingiram elas [as crianças] dentro do quintal. Não tinha bandido nenhum no morro. Entraram atirando”, afirma a mãe.
Gabriela está internada no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Ela foi operada e segue no centro de terapia intensiva (CTI). Mesmo estabilizada, seu quadro clínico é considerado grave.
O menino Kevin Lucas dos Santos Silva, de 6 anos, também foi baleado sob a lona e morreu na hora.
A terceira vítima é Ludmila Pereira Vilela. Ela teve uma artéria da perna atingida por um disparo e está em estado grave no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias.
Em nota, a Polícia Militar informou que “policiais do 24º Batalhão da PM estavam em patrulhamento na Estrada do Riachão, um dos acessos à comunidade da Torre, quando foram atacados por criminosos da região”.
Ainda de acordo com a corporação, os policiais envolvidos na ocorrência alegam que não fizeram disparos. “A equipe relatou que desembarcou da viatura, buscou abrigo e não efetuou disparos.”