Mãe de Marielle sobre suspeitos: “Ganhavam a vida fazendo maldades”
Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz falaram pela primeira vez sobre o caso na sexta-feira. Ambos negaram a autoria dos disparos
atualizado
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Os suspeitos de assassinarem a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes falaram pela primeira vez sobre o caso na sexta-feira (04/10/2019). O interrogatório do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e do ex-policial Élcio Vieira de Queiroz demorou cerca de quatro horas. Os dois negaram o crime. As informações são do jornal Extra.
Acompanhavam o interrogatório os pais de Marielle, Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva. Advogada, a mãe da vereadora tem ido a todas as sessões. Marielle foi morta a tiros em 14 de março do ano passado, no centro do Rio de Janeiro.
“Eles são instruídos para negar, mas existem muitas evidências contra eles. Lessa tem um patrimônio enorme. Como é que um sargento da PM que ganha cerca de R$ 7 mil diz, claramente, que tem dois apartamentos, uma casa, dois terrenos, 11 quiosques, uma lancha. Está claro que eles ganhavam a vida só fazendo maldades para as pessoas. Tirando a vida dos outros”, disse a mãe.
Os dois homens estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho e se pronunciaram por meio de videoconferência, com o juiz do 4ª Tribunal do Júri, Gustavo Kalil. Segundo a reportagem, Lessa foi o primeiro a falar. Ele negou o crime e disse que nunca trabalhou para bicheiros.
“É claro que ele tem o direito à defesa, mas é evidente que eles são do mal. Acreditamos muito na Justiça e nas promotoras. Vamos colocar essas pessoas na cadeia. Não posso deixar de acompanhar cada passo. O nosso objetivo é saber também quem pagou para isso. Quem é o mandante. Não iremos desistir jamais!”, desabafou Marinete da Silva.
A viúva de Marielle, Mônica Benício, não estava no país durante a audiência, mas foi atualizada por seus advogados. “Apesar da incrível lentidão do processo, a superação na data de hoje da fase das oitivas inspira alguma esperança. Torço para que a legislação penal seja rigorosamente aplicada para que o processo avance o mais rápido possível para o tribunal do júri”, declarou.
“Que os acusados sejam julgados e responsabilizados, que os mandantes sejam identificados e as motivações desse crime bárbaro sejam reveladas. Nossas famílias, o povo brasileiro, a democracia e o mundo precisam dessas respostas”, completou disse Mônica.