Mãe de jovem baleada na nuca diz que PRF “atirou para matar”
Dayse Rangel, mãe de Juliana Rangel, afirmou que, com a quantidade de tiros efetuados pela PRF, “era para todos no carro estarem mortos”
atualizado
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Dayse Rangel, mãe da jovem Juliana Leite Rangel , de 26 anos, que foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), enquanto a família ia para uma ceia de Natal, na noite de terça-feira (24/12), afirmou que os policias atiraram para matar e que era para todos que estavam no carro terem morrido. (Dayse a direita e Juliana na esquerda na foto em destaque).
“Era para a gente estar todo mundo morto. Eles já deram tiros para matar todo mundo, cara. Te juro, eles alvejaram o carro, a gente abaixou mas ela não abaixou. O tiro pegou na nuca dela”, relatou Dayse, com exclusividade, ao Metrópoles. Segundo a mãe, em nenhum momento os policiais pediram para o carro parar.
De acordo com Dayse, os PRFs acusaram a família de estar atirando contra a viatura. Ao perceber a aflição da mãe da jovem, os policiais teriam se desesperado.
“Eles pegaram a minha filha e botaram a mão na cabeça, se jogaram no chão e começaram a bater no chão, ficaram andando de um lado para o outro, vendo a merda que fizeram com ela. Eles nem para socorrer a minha filha. Eles não socorreram”, relembra.
Ao falar sobre Juliana, Daisy expressa uma mistura de admiração, carinho e angústia pela situação. “A Juliana é uma pessoa maravilhosa, cara. É uma pessoa divertida, alegre. Estar com ela é ficar com rindo o tempo todo com ela fazendo piada, brincando. É uma filha maravilhosa. Não tem nem palavras para falar. A minha filha é uma menina maravilhosa, trabalhadeira.”
A jovem atua como agente de saúde em Belford Roxo.
Quadro clínico grave, mas estável
Juliana Leite Rangel foi socorrida por policias militares que passavam no local e levado ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde segue internada em estado gravíssimo.
“Ela está em ventilação mecânica e recebendo medicamento para manter a pressão estável. Apesar da gravidade, há um padrão de estabilidade, uma vez que a jovem não apresentou piora no quadro de saúde”, disse a médica intensivista do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach.
A médica explicou que Juliana “tem o estado grave, porém estável. Está em ventilação mecânica e em coma induzido. Da hora que ela chegou para agora, não teve piora, ela se manteve num grau de gravidade que estabilizou com a medicação e não teve piora. Ou seja, temos uma gravidade, mas num padrão de estabilidade, até o momento”.