Mãe de jovem morto em ataque de GO pede respeito à família
Em homenagem publicada nas redes sociais, mãe de João Pedro Calembo, 13 anos, pede que “não julguem” a sua família
atualizado
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A mãe do adolescente João Pedro Calembo, de 13 anos, morto nesta sexta (20/10) após o ataque a tiros do Colégio Goyases, em Goiânia, fez uma homenagem ao filho em seu perfil nas redes sociais. Na postagem publicada na tarde deste sábado (21), após o sepultamento do adolescente, Bárbara Melo pediu respeito ao luto da família.
“Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que você tem lido”, escreveu Bárbara. A mãe questionou ainda a versão de que seu filho teria sido morto após praticar bullying contra o colega de classe de 14 anos que realizou o ataque. “Nós e a escola sabemos que não foi assim. Somos pais presentes, disponíveis, empenhados na educação dos nossos 3 filhos”, afirmou.
O corpo de João Pedro Calembo foi enterrado por volta das 11h deste sábado (21) no Cemitério Parque Memorial, na GO-020, sob forte comoção de familiares e amigos. Enquanto o filho era sepultado, a mãe do jovem, emocionada, levantava as mãos para o céu e pedia ajuda divina. Músicas religiosas foram cantadas durante todo o cortejo.
Mais cedo, o pai do menino, Leonardo Calembo, afirmou a família perdoou o atirador. “Estou tentando tirar uma lição. Os presídios estão cheios de jovens que não tiveram educação suficiente e a presença de um pai em casa. Faltou conversa, faltou pai e mãe. Como ninguém percebeu que isso poderia acontecer? Essa situação é resultado de uma família desestruturada”, disse Leonardo antes de enterrar o filho.
Outro adolescente morto no ataque, João Vitor Gomes, 13, foi velado no Cemitério Jardim das Palmeiras. O enterro ocorreu por volta das 11h20. Nenhum familiar quis dar declarações sobre o ocorrido. Os donos da escola estiveram presentes nos dois sepultamentos, mas não falaram com a imprensa e ainda não se posicionaram oficialmente sobre a tragédia.
A tragédia
A perícia da Polícia Civil de Goiás revelou, após seis horas de apuração, que o estudante usou uma pistola .40, de propriedade da mãe, que é da Polícia Militar. Segundo os agentes, o jovem estava na classe desde o início da manhã de sexta (20) e atirou contra os colegas por volta das 11h50, ao término de uma aula.
O adolescente foi apreendido 20 minutos depois e encaminhado para a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depae). De acordo com a PM, colegas de turma apontam que ele sofria bullying pelo mau cheiro. Um deles teria levado um desodorante para o colégio no dia da tragédia com o objetivo de provocar o agressor.
O socorro foi chamado por uma professora por volta das 12h. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou as duas mortes: João Pedro Calembo, 14 anos; e João Vitor Gomes, 13. Segundo os bombeiros, os feridos são: Isadora de Morais, Marcela Rocha Macêdo, Lara Fleury Borges e Hyago Marques. Três deles, em estado grave, foram transportados de helicóptero para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e receberam atendimento.