Mãe de Henry ainda falará duas vezes em juízo, caso seja denunciada
Defesa de Monique insiste em novo depoimento. Especialista diz que se professora for denunciada terá duas novas oportunidades para falar
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A defesa da professora Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, mãe do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, insiste que ela precisa ter “voz” em novo interrogatório na 16ª DP (Barra da Tijuca).
Mas o presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), James Walker Junior, explica que se ela for denunciada pela morte do filho, terá duas oportunidades no 2º Tribunal do Júri de prestar depoimento, no qual será o exercido o direito à ampla defesa e contraditório.
Monique e o médico e vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho (sem partido), padrasto do garoto, estão presos por 30 dias por ordem da Justiça sob suspeitas de envolvimento desde o dia 8 de abril.
“O inquérito tem o objetivo de reunir indícios mínimos de autoria e materialidade para que a polícia apresente o relatório o promotor do Ministério Público decidir se oferece denúncia ou não. Ao que parece, a autoridade policial está convencida autoria do delito”, explicou James Walker Júnior. Monique foi diagnosticada com Covid-19.
O delegado Edson Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca) anunciou que Monique e Jairinho seriam indiciados por homicídio qualificado e tortura. De acordo com o jurista, se denunciada à Justiça, Monique vai ter direito ser interrogada duas vezes.
“Quando Monique foi ouvida na delegacia estava na presença do seu advogado (à época André França Barreto). Se alguém está levantando que o advogado impôs o depoimento, isso fere o os princípios da legalidade e ética. Eu, particularmente, não acredito. Se ela for denunciada, vai falar na primeira fase do júri, onde é feita a instrução do processo, e se pronunciada, quando vai a julgamento popular, novamente”, esclareceu.
James Walker Junior lembrou que interrogatório não é prova. “É um elemento de convicção menor que prova e pode ser mudado. Réu pode mentir, não é crime. Testemunha é que comete crime de falso testemunho”, pontou.
Caso Henry
O menino Henry Morel morreu no dia 8 de março. Ele foi levado por Monique e Jairinho para o hospital Barra D’or, zona oeste. Segundo a equipe médica, o garoto chegou morto.
O casal alegou acidente doméstico, mas laudo apontou 23 lesões por agressões. Só em um segundo depoimento na delegacia, a babá do menino, Tahyna de Oliveira Ferreira, revelou que desde o dia 12 de fevereiro, Monique sabia das agressões impostas por Jairinho ao filho.
Depois da morte do menino, Monique tirou selfie na delegacia, quando foi ouvida, no dia 18 de março. Ela ainda foi ao cabelereiro e procurou curso de inglês.
A polícia anunciou que entregará o inquérito ao promotor Marcos Kac até amanhã, sexta-feira (23/4).