Mãe de caminhoneiro morto em explosão de pedágio acha que ele infartou
Euzébio Chinelli Santana morreu, no domingo, na BR-050, em Campo Alegre de Goiás, após seu caminhão colidir em uma praça de pedágio
atualizado
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Goiânia – Mãe do motorista morto carbonizado em acidente com caminhão desgovernado e que provocou a morte de outras três pessoas de mesma família em Goiás, a aposentada Vanda Chinelli, de 66 anos, disse suspeitar que o filho “teve infarto fulminante ou parada cardiorrespiratória antes da tragédia”. Ela concedeu entrevista exclusiva ao Metrópoles nesta terça-feira (30/3).
O corpo do caminhoneiro Euzébio Chinelli Santana, de 48, deve ser liberado, ainda nesta terça-feira, do Instituto Médico Legal (IML) de Catalão. A cidade fica a 60 quilômetros de Campo Alegre de Goiás, onde ocorreu o acidente no domingo (28/3), e a 700 quilômetros de São Paulo (SP), onde ele morava. “Acho que ele infartou ao volante”, diz a mãe.
Veja, abaixo, momento exato do acidente com explosão.
Carregado de desodorantes, o caminhão-baú dirigido por Euzébio colidiu e explodiu em uma praça de pedágio na BR-050, em Campo Alegre de Goiás, no sudeste do estado. Um casal e o filho, de 2 anos, estavam parados em uma cabine do pedágio, foram atingidos por trás e também morreram na hora. A família morava em Coromandel (MG), para onde voltava de Brasília (DF).
A mãe do caminhoneiro disse que o primogênito de seus dois filhos, possivelmente, não dormiu ao volante nem consumiu bebida alcoólica antes de seguir viagem na BR-050. Ela mora em Joanópolis, a 119 quilômetros da capital paulista.
“Quando vi o vídeo [do acidente], o que passou na minha cabeça é que meu filho não estava bem. Ele estava um pouco obeso e inchado por causa do sobrepeso. Meu filho não estava passando bem. Ele poderia estar com parada cardiorrespiratória ou infarto fulminante”, afirma a aposentada.
Cenas aterrorizantes
As imagens gravadas do acidente chegaram como um filme de terror para a mãe do motorista. “Na hora em que aconteceu o acidente e a explosão, ele nem estava nem em si. Foi uma tragédia. Ou ele já tinha ido [morrido] ou desmaiado”, afirmou Vanda, com voz marcada por profunda tristeza.
Veja, abaixo, vídeo que registra momentos antes de o caminhão explodir na praça de pedágio da BR-050.
História de vida
O caminhoneiro herdou do pai, que também era motorista, o gosto pelo volante. “Desde criança, meu filho acompanhava o pai dele. Às vezes, o pai ia viajar e ele o acompanhava na viagem”, lembra a aposentada. “Quando ele completou os 18 anos, já começou a dirigir caminhão. Então, foi hábito passado em família”, acrescenta.
O motorista também é lembrado pela família como uma pessoa muito comunicativa, trabalhadora e prestativa. “Ele gostava muito de brincar, sempre foi muito brincalhão”, ressalta a mãe. “Ele gostava de tirar sarro das pessoas, muito família. Era uma pessoa bem divertida”, emenda.
Segundo a mãe e a empresa em que o motorista trabalhava, ele sempre foi um profissional muito responsável e jamais tomaria rebite, droga usada por alguns caminhoneiros para não dormir antes de enfrentar longas viagens. “Ele jamais faria isso, era muito responsável. Ele já partiu, mas a reputação e a história dele precisam ser preservadas e respeitadas”, diz ela.
Saudade viva
O jeito brincalhão do caminhoneiro e sua vida de amor pela família, conciliada com a dura rotina nas estradas do país, agora ficam na memória de seus entes queridos. Vai deixar saudade para a sua mãe, a única irmã, Euzeli Chinelli, e amigos.
As lembranças dele também seguirão vivas com a esposa, Adriana Roberta Chinelli, e os filhos, Caio Chinelli Santana e Caique Chinelli Santana, que presenteou o pai ainda em vida com um neto, o pequeno Miguel Chinelli Santana.
O sepultamento será realizado em Joanópolis, onde mora a mãe do caminhoneiro. As causas do acidente ainda são investigadas, mas a polícia diz que terá dificuldade porque tudo no local do acidente ficou carbonizado.
Investigações
Nesta sexta, a Polícia Civil de Goiás informou que abriu inquérito para investigar o caso e entender as causas do acidente. As principais questões a serem respondidas são se o motorista teria passado mal, ingerido álcool ou alguma outra substância ou dormido na direção. O corpo passou por exames para indicar alguns pontos. Além disso, a polícia também analisará imagens da concessionária, além de falar com testemunhas e buscar outras evidências.