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Mãe de bebê trocado: “É triste olhar o rostinho e depois ter de entregá-lo”

As crianças estavam com identificação errada ao serem levadas aos pais no Hospital de Urgências de Trindade

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1 de 1 Pauliana-Maciel-Aguiar-de-Souza - Foto: André Borges/Metrópoles

Enviado especial a Trindade (GO) – A movimentação na Rua João de Deus Guimarães, no Setor Monte Sinai, em Trindade, município da região metropolitana de Goiânia, é intensa. Neste endereço, vivem as duas famílias que tiveram os filhos trocados.

Dois advogados controlam o acesso ao local. A casa de portão amarelo e muro marrom se tornou o emblemático endereço da história das crianças nascidas em 9 de julho no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin).

Depois da descoberta da troca, Genésio Vieira, Pauliana Maciel, Aline Alves e Murillo Lobo ainda tentam entender o que aconteceu para os bebês serem trocados. Eles temem que as duas crianças não sejam os filhos dos dois casais.

A única certeza é que Genésio e Pauliana não estão com o filho deles. Murilo e Aline também não sabem se estão com o bebê certo. Naquele dia, 16 partos foram realizados no Hutrin. O Metrópoles conversou com os pais das duas crianças na casa onde aguardam a resolução do caso.

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Eles rechaçam a tese de que as avós tenham trocado as pulseiras. Segundo os parentes, a única participação delas foi em comunicar à equipe de enfermagem que os nomes das mães estavam invertidos na identificação. Segundo as famílias, as crianças deixaram o hospital sem o teste do pezinho, o que ajudaria na identificação de cada uma.

Genésio conta que foi por uma ligação do dia 9 de julho que ele localizou os parentes da criança. “Por a Pauliana ter me ligado pelo telefone da Aline conseguimos encontrá-los depois do teste de DNA”, destacou.

Eles ainda têm dúvidas sobre a paternidade das crianças. Na mesma data, nasceram 16 crianças. “Não sabemos se o problema foi só com a gente ou com outras famílias. Nós olhamos e não sabemos se realmente o outro é nosso filho”, apontou Genésio.

Ele reclama da acusação do hospital. “Estão querendo achar na nossa família um culpado, mas isso foi erro do hospital. Não podemos ser responsabilizados”, reclamou.

Murilo é pai de primeira viagem e comentou sobre o trauma. “Ninguém espera isso acontecer com o primeiro filho. É uma situação difícil demais, não dá para acreditar”, lamentou o rapaz que vive em Santa Bárbara (GO).

Mães ansiosas
As mães esperam por uma resposta. Pauliana está ansiosa para saber se os bebês que estão com elas são realmente seus filhos. Eles aguardam o resultado de outros exames de DNA. “Penso no que ainda pode acontecer. O bebê pode não ser o meu. Não sei o que aconteceu. A única certeza que tenho é que o hospital errou”, avaliou.

Pauliana conta que recebeu o filho sem a identificação. Normalmente, é colocada uma tornozeleira com o nome da mãe. “Eu trouxe ele para casa sem a pulseira. Estranhei isso, foi diferente dos meus outros dois filhos. Quando temos contato com o bebê após o parto, não tem como, sob efeito de remédios, decorar o rosto do bebê”, ponderou.

Ela disse que criou vínculo com a criança e que por as pessoas verem semelhanças entre os supostos pais e o neném dificulta ainda mais. “Não podemos nos levar por isso. Se os exames não confirmarem que são nosso filhos, o drama vai aumentar ainda mais. Com quem estará?”, indagou.

Aline está aflita com a possibilidade de ter que devolver a criança que está sob os cuidados dela. “Só penso na hora da troca. Tem a possibilidade de ele não ser meu. É triste olhar o rostinho dele e depois ter que, por um acaso, entregá-lo”, frisou.

A defesa das famílias reclama da falta de suporte do hospital. “Inicialmente, prometeram disponibilizar tratamento psicológico no outro dia. Isso nunca aconteceu. Ao contrário, estão tentando culpá-los”, destacou Sérgio Flauzino, um dos advogados da família.

Nesta quarta-feira (31/07/2019), a Polícia Civil de Goiás ouviu funcionários do hospital e conversou com os advogados das famílias. Os investigadores não acreditam na possibilidade de as enfermeiras terem trocado as crianças propositalmente. Para eles, os bebês foram vestidos com as roupas um do outro após o banho na maternidade. As investigações continuam.

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Em nota, o Hutrin confirmou a troca dos bebês e disse que afastou quem estava trabalhando nas datas de nascimento e alta das mães e crianças. A unidade de saúde também informou que apura internamente o caso e está em contato com as famílias.

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