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Mãe de adolescente morto em comunidade do Rio: “Não vou me calar”

Ray Pinto Farias, de 14 anos, estava no portão de casa quando foi abordado e levado por PMs, segundo a família

atualizado

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Divulgação ONG Rio de Paz
Velório do adolescente Ray
1 de 1 Velório do adolescente Ray - Foto: Divulgação ONG Rio de Paz

Rio de Janeiro – Alessandra da Conceição Pinto, de 34 anos, mãe de Ray Pinto Farias, de 14, disse, na tarde desta quarta-feira (24/2), durante velório do adolescente, que espera que a justiça seja feita na apuração do assassinato do filho. A família de Ray nega que o jovem tivesse qualquer envolvimento com o crime.

De acordo com familiares de Ray, o adolescente estava no portão de casa jogando no celular quando foi abordado e levado por policiais militares, na última segunda-feira (22/2), no Morro do Fubá, em Campinho, zona norte do Rio de Janeiro.

Ainda segundo parentes, durante as buscas por Ray, familiares souberam que havia rastros de sangue em uma localidade da favela chamada Escadão, mas, ao chegarem ao local, não havia ninguém. Horas depois, um primo do jovem encontrou o corpo de Ray no Hospital Municipal Salgado Filho, na zona norte da cidade, atingido por dois tiros.

“Se eu não fosse atrás do meu filho, eu não iria encontrá-lo até hoje. Jogaram meu filho no [Hospital] Salgado Filho. Eu quero justiça”, desabafou a mãe, à ONG Rio de Paz.

“Ray gostava de jogar futebol e brincar com todo mundo. Todo mundo da comunidade conhecia ele e sabe que ele não tem participação em nada de errado. No Facebook, estão julgando meu filho, falando que ele era miliciano. Meu filho era apenas um morador de comunidade”.

Segundo Alessandra, esse é o segundo adolescente morto no Morro do Fubá.

“Só que a outra família calou. Eu não vou me calar. Eu quero justiça pelo meu filho. Tiraram um pedaço de mim. Eu tenho que seguir minha vida porque ainda tenho dois filhos para criar, mas um pedaço de mim foi tirado”, disse.

Os custos do enterro foram pagos pela ONG Rio de Paz. Ray é a 81ª criança ou adolescente morto por arma de fogo desde 2007, a terceira deste ano.

Investigação

Em nota, a Polícia Militar do Rio informou que vários batalhões fizeram operação na região na última segunda-feira (22/2) para coibir movimentações de criminosos na região. As ações ocorreram nas comunidades Caixa D’Água, Camarista Méier, Campinho, Fubá, Lemos Brito, Morro do Dezoito, Morro do Urubu e Saçu.

Ainda de acordo com a PM, três pessoas morreram e uma foi presa na ação, na qual também foram apreendidas armas e drogas. O comunicado, no entanto, não dá detalhes sobre os mortos.

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. Policiais da DH estiveram no Morro do Fubá nesta terça-feira (23/2) para uma perícia. O objetivo é descobrir de onde partiram os disparos que mataram Ray. O resultado deve sair em pelo menos 10 dias.

A polícia também recolheu imagens de câmeras de segurança de uma padaria da comunidade, que podem ajudar a esclarecer o caso.

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