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Lupi negocia com servidores do INSS antes da entrega do Orçamento

Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, entrou em campo para negociar com os servidores do INSS, que estão em greve

atualizado

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Breno Esaki/Metrópoles
Carlos Lupi
1 de 1 Carlos Lupi - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

A três dias da entrega da peça orçamentária de 2025, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, se reuniram, na noite desta terça-feira (27/8), com representantes dos servidores da carreira do seguro social para tentar avançar nas negociações.

Participaram do encontro representantes da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS).

Segundo fontes a par das negociações, houve avanço que pode encaminhar para um acordo para finalizar a greve, que já dura um mês e meio. A paralisação preocupa especialmente governo em um momento de pente-fino em benefícios e revisão de gastos públicos. Foi determinado, inclusive, corte do ponto dos grevistas.

Nesta terça, o governo propôs o retorno da exclusividade da carreira, que havia sido retirado pelo governo anterior. O objetivo de se reconhecer as atribuições como exclusivas é evitar terceirização ou delegação de atividades. Também foi colocada a instalação da mesa de negociação para temas mais complexos, bem como a retomada dos comitês próprios junto ao presidente do INSS.

Na quarta-feira (28/8), pela manhã, as entidades irão se reunir para avaliar o que foi discutido nesta terça. Já na parte da tarde, está prevista nova reunião com a presença do ministro Lupi.

O Metrópoles apurou que as entidades estão divididas e o governo pede que cheguem a um consenso com rapidez, visto que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2025 tem que ser apresentado na próxima sexta-feira (30/8), já com as previsões de reajustes às categorias do Executivo federal. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) precisa assinar o termo de acordo.

Uma das entidades argumenta que pode ser feita uma emenda ao Orçamento durante a tramitação do projeto no Congresso, mas o governo quer finalizar o acordo ainda nesta semana, por enxergar incertezas junto ao Congresso.

Outro argumento apontado pelo governo é que os parlamentares podem não ser receptivos à emenda de reajuste. Deputados e senadores têm apontado que a Previdência é deficitária e defendido cortes robustos no INSS e começaram, inclusive, a defender uma nova reforma da Previdência, a menos de cinco anos de promulgação da última mudança nas regras de aposentadoria.

Oferta do governo

O governo propõe reajustes em janeiro de 2025 e abril de 2026, que, somados ao reajuste linear de 9% concedido em 2023, ficariam em 18% e superariam a inflação de quatro anos (2023-2026). Foram propostos índices diferenciados de reajuste, que variam conforme o nível na carreira, de 7% a 10%.

Foram encaminhadas pelo governo duas propostas, podendo a categoria optar por uma das duas, em caso de aceitação. Ambas contemplam todos os servidores ativos e aposentados, e instituidores de pensão, nos seguintes termos:

Proposta 1

Para o Nível Superior e Intermediário:

  • Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026;
  • Ampliação da tabela remuneratória, passando de 17 para 20 padrões;
  • Acréscimo de 3 novos padrões na classe inicial da tabela reposicionando os atuais servidores, a
    contar de janeiro de 2025;
  • Reajuste da remuneração de ingresso, a partir dos padrões iniciais;
  • Alteração dos valores da GDASS, a partir da aplicação de 100% do reajuste proposto à estrutura remuneratória à citada gratificação (VB e GAE inalterados);
  • Percentual de ganho acumulado (2025/2026).

Para o Nível Auxiliar:

  • Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026.

Proposta 2

Para o Nível Superior e Intermediário:

  • Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026;
  • Ampliação da tabela remuneratória, passando de 17 para 20 padrões;
  • Transformação do % do ATS (VPNI) em valores nominais, com reajustes quando de revisões gerais;
  • Incorporação da GAE ao VB e majoração do novo VB;
  • Inclusão de 3 novos padrões, sendo um na última classe (Classe Especial) e dois na classe inicial (Classe A);
  • Reposicionamento do servidor um padrão acima do atualmente ocupado, em virtude da criação de padrão na classe especial;
  • Percentual de ganho acumulado (2025/2026) de 18,2% no último padrão da Classe Especial (Especial-V).

Para o Nível Auxiliar:

  • Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026.

A principal diferença é que a segunda proposta incorpora a Gratificação de Atividade Executiva (GAE) ao Vencimento Básico (VB).

Representantes do governo lembram que, em 2015 os servidores do INSS foram os únicos a terem o reajuste parcelado em três vezes. O governo Dilma Rousseff (PT) pagou uma parcela, mas após o impeachment eles ficaram sem as demais. Os negociadores ainda sustentam que os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) não deram nenhum reajuste.

Em 2022, houve uma nova greve em 2022, que resultou em reajuste zero e em uma carta de intenções (que chamam de acordo de greve) com validade de dois anos. No entanto, o governo atual alega que o anterior não implementou nenhum dos tópicos acordados com os servidores.

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