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Lula volta a condenar “ameaças” em acordo entre Mercosul e UE

Lula está em Bruxelas para a cúpula birregional entre os europeus e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)

atualizado

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1 de 1 imagem colorida de Lula e a presidente da da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen - Metrópoles - Foto: Secom/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar, na abertura da terceira cúpula birregional entre os europeus e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas, na Bélgica, sobre os pedidos feitos pela União Europeia para firmar um tratado de livre-comércio. Para o mandatário, “ameaças” não serão aceitas.

“Queremos assegurar uma relação comercial justa, sustentável e inclusiva. A conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia é uma prioridade e deve estar baseada na confiança mútua, e não em ameaças”, disse Lula nesta segunda-feira (17/7).

“A defesa de valores ambientais, que todos compartilhamos, não pode ser desculpa para o protecionismo. O poder de compra do Estado é uma ferramenta essencial para os investimentos em saúde, educação e inovação. Sua manutenção é condição para industrialização verde que queremos implementar”, completou.

O chefe do Executivo brasileiro já vem reiterando a fala sobre “ameaças” supostamente impostas pela União Europeia há semanas. Em visita a Paris para reunião com Emmanuel Macron e participação na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, na última semana de junho, Lula disse que o acordo precisa ser justo.

“Os acordos comerciais têm de ser mais justos. Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo”, declarou o petista.

“Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo uma ameaça a um parceiro estratégico. Como a gente vai resolver isso?”, prosseguiu, referindo-se a Macron.

Também na primeira semana de julho, durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o Mercosul apresente à União Europeia uma resposta firme e contundente ao acordo de livre-comércio.

“O instrumento adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, defendeu Lula aos presentes na solenidade.

Consenso entre Mercosul e União Europeia

Na liderança do Mercosul – grupo formado por Brasil, Paraguai e Uruguai –, o presidente brasileiro chega a solo europeu ainda sem um consenso entre os sul-americanos sobre o contraponto a ser enviado à UE, no âmbito do tratado de livre-comércio entre os blocos. O governo brasileiro terminou, na última semana, um esboço da resposta aos europeus e ainda aguarda a apreciação dos pares no grupo.

A ausência de um documento definitivo, no entanto, não impede que as discussões sobre o tema permeiem os corredores da Cúpula – em especial, entre os membros do Mercosul. Segundo o Itamaraty, os países-membros podem ter debates preliminares e entrar em acordo sobre prazos, etapa fundamental para o andamento do tratado.

As negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia foram concluídas em 28 de junho de 2019. Porém, para que o tratado passe a vigorar de fato, ele deve passar por um processo de revisão e ratificação por parte dos congressos nacionais dos países do Mercosul e pelo Parlamento europeu.

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