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Lula tenta blindar área social em articulação por reforma ministerial

Em evento no Piauí coordenado pelo Desenvolvimento Social, no entanto, Lula não garantiu a permanência de ministro na pasta

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Ricardo Stuckert/PR
Lula e Wellington Dias
1 de 1 Lula e Wellington Dias - Foto: Ricardo Stuckert/PR

A resistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entregar o núcleo da área social do governo, hoje comandado pelo ministro Wellington Dias, a partidos do Centrão está travando a esperada reforma ministerial para acomodar PP e Republicanos na Esplanada.

Lula admite há semanas que precisa abrir espaço no governo para novos partidos como forma de fortalecer a base governista no Congresso Nacional. Às vésperas de um ano de eleições municipais, porém, o petista tem mostrado que não quer entregar ao grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o principal pedido: o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

O presidente e seus articuladores já chegaram a decidir que o PT teria que cortar na carne para dar espaço a novos aliados em cargos importantes, mas não conseguem chegar a um acerto que agrade os dois lados. Lula anunciou nesta semana a intenção de criar um novo ministério, o das Pequenas e Médias Empresas, e já admitiu abrir mão de outras pastas que tentou proteger, como a do Esporte, mas os candidatos a entrar no governo pedem mais.

A área social é visada porque tem muito peso eleitoral. Nesta semana, por exemplo, Lula está viajando pelo Nordeste para anunciar obras e para lançar o programa Brasil sem Fome, que está sendo atualmente coordenado justamente por Wellington Dias. Com ações no país inteiro, o programa tem muito potencial para ser vitrine eleitoral.

Brasil sem Fome

A nova iniciativa do governo voltada para o acesso à alimentação de qualidade tem como objetivo retirar o Brasil do Mapa da Fome, elaborado pela ONU, até 2030. Segundo o governo federal, indicadores mais recentes apontam que, em 2022, 33 milhões de brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar no país.

O plano tem como metas reduzir anualmente as taxas totais de pobreza e diminuir a menos de 5% o percentual de domicílios em insegurança alimentar grave. Segundo Dias, o governo federal irá trabalhar com a rede do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Para alcançar os objetivos, a iniciativa articula 80 ações e programa divididos em três eixos principais: aumento da renda para compra de alimentos; inclusão em políticas de proteção social; além da ampliação da produção e do acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis.

Durante o discurso, Dias exaltou a atuação de Lula em governos anteriores no combate à desigualdade, e afirmou que o presidente “poderia ficar com o coração tranquilo” porque o ministério cumprirá as metas estabelecidas.

O mandatário, por sua vez, voltou a exaltar a inteligência de Wellington Dias, ex-governador do estado, ao afirmar que ele é o índio mais inteligente que ele já conheceu. No entanto, não deu nenhuma garantia explícita de permanência do ministro.

“É o índio mais esperto do Brasil. Ele é mais esperto, e conseguiu encontrar um cara mais esperto que ele, pense num moleque esperto [em referência ao governador do estado Rafael Fonteles, do PT]. Vocês não sabem a qualidade do governador que vocês elegeram. E vão ter muito orgulho pelo que esse companheiro Rafael fez aqui neste estado”, disse.

PP também quer a Caixa

O ministério que o PP vai ganhar para seu atual líder na Câmara, o deputado federal André Fufuca, do Maranhão, ainda está em negociação, mas foi pré-acertado com a equipe de Lula que o partido também vai controlar a Caixa Econômica Federal, ocupando presidência e vice-presidências.

Já há até um nome para a indicação, seguindo um pedido de Lula, que quer manter uma mulher no cargo, hoje ocupado pela petista Rita Serrano: a ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI).

O controle do banco público responsável, por exemplo, pelo pagamento dos programas sociais pode ser explorado politicamente. É possível abrir ou ampliar agências Brasil afora. Em um ano de eleições municipais, esse é um grande trunfo para um partido que saiba usar esse potencial.

Reforma adiada mais uma vez

Tanto os líderes do Centrão quanto os articuladores de Lula esperavam que a novela da reforma ministerial terminasse na quarta (30/8), antes de Lula viajar para o Nordeste. Não houve acordo, porém, e a nova aposta da equipe política do Palácio do Planalto é que a reforma sai “na semana que vem”.

Se isso acontecer, terá de ser nos primeiros dias da semana, pois na próxima quinta, feriado de 7 de Setembro, Lula embarca para a Índia logo após o desfile militar, para participar da cúpula do G20, e não volta ao Brasil até a semana seguinte.

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