metropoles.com

Lula tem dia D para decidir sobre desoneração; Haddad espera veto

Presidente Lula tem até esta quinta (23/11) para se manifestar. Segundo o Planalto, governo deve alegar “inconstitucionalidades” na matéria

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
imagem colorida presidente lula e haddad - metrópoles
1 de 1 imagem colorida presidente lula e haddad - metrópoles - Foto: <p>Hugo Barreto/Metrópoles<br /> @hugobarretophoto</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p>

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até esta quinta-feira (23/11) para decidir sobre a sanção do projeto de lei que prorroga a desoneração na folha de pagamento das empresas até 2027. A medida é uma espécie de incentivo fiscal sobre a contribuição previdenciária paga por empresas dos 17 setores que mais empregam no país.

O texto foi aprovado no Congresso Nacional há um mês, no entanto, o presidente ainda não se manifestou sobre o tema. Segundo interlocutores do Planalto, “não há compromisso” com a sanção, em razão de aspectos considerados inconstitucionais no texto.

A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem cobrado veto total da matéria, que resulta em queda na arrecadação. O governo tem buscado novas fontes de receita para reduzir o déficit fiscal neste ano e zerá-lo a partir de 2024, e avalia que o projeto de desoneração teria um custo de cerca de R$ 18 bilhões aos cofres da União.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, lembrou a existência de questões jurídicas para impedir a sanção. “É um impacto fiscal relevante“, disse a jornalistas no fim de outubro. A posição contrária da Fazenda encontra resistência no Planalto, já que há apoio majoritário da classe política para a medida.

“Mas é uma decisão que cabe ao presidente da República, dando subsídios necessários para a melhor tomada de decisão”, falou Ceron.

Os setores da economia impactados pela desoneração defendem que a volta da tributação pode resultar em demissões.

A desoneração da folha é um mecanismo que permite às empresas dos setores beneficiados pagarem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários (a chamada contribuição previdenciária patronal). A troca é vantajosa para as empresas, porque reduz os encargos trabalhistas dos setores desonerados.

O texto busca aliviar encargos para 17 setores da economia. Entre eles indústrias têxtil, de calçados, máquinas e equipamentos e proteína animal, construção civil, comunicação e transporte rodoviário. Esses setores somam cerca de 9 milhões de trabalhadores.

A contribuição previdenciária, por sua vez, é reduzida de 20% para 8% nos municípios com menos de 142 mil habitantes. Esse aspecto é destacado pelos críticos da proposta sob a alegação de que ela fere o princípio da isonomia.

Sem decisão final

Nessa quarta-feira (22/11), o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, afirmou a jornalistas que não existia uma decisão final tomada pelo governo federal sobre o assunto.

“Durante toda a tramitação na Câmara e no Senado, fomos claros ao dizer que o governo analisaria as questões constitucionais e está sob análise da AGU [Advocacia-Geral da União], da Casa Civil e do Ministério da Fazenda. O governo vai tomar decisão com base nisso, não tem posição final ainda”, ressaltou, após reunião com a Frente Parlamentar do Comércio e Serviços.

“Tem prazo ainda para a sanção, vamos analisar até o momento necessário para a constitucionalidade. Ouvi aqui a Frente, trouxeram argumentos importantes em relação aos empregos”, falou Padilha, ressaltando a preocupação de Lula com a ampliação de postos de trabalho no país.

Origem da desoneração

Tal medida começou a ser implementada no primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), em 2011, para estimular a geração de empregos, e teve sucessivas prorrogações desde então.

A desoneração em vigor, prevista na Lei nº 12.546/11 e aplicada a 17 setores da economia, tem validade até 31 de dezembro de 2023. O projeto em debate no Legislativo prorroga a desoneração por mais quatro anos, ou seja, até o fim de 2027.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?