Lula sobre teto de gastos: “Quem decide é a necessidade do povo”
Candidato do PT voltou a criticar mecanismo de controle das contas públicas em entrevista à Rádio Clube do Pará, nesta quarta (31/8)
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, voltou a criticar as regras que limitam os gastos do governo federal. Em entrevista nesta quarta-feira (31/8) à Rádio Clube do Pará, o petista afirmou que “o teto de gastos quem decide é a necessidade do povo brasileiro”.
Questionado sobre economia, o candidato afirmou que “o país não precisa” do mecanismo que regula as contas públicas, e defendeu que a limitação ignora a necessidade de investimentos.
“O teto de gastos quem decide é a necessidade do povo brasileiro. E eu não acho que tudo seja gasto. Quando eu tenho que investir em educação, na saúde, investir para gerar empregos, em universidades e escolas técnicas, não é gasto, é investimento. Precisamos mudar o discurso”, argumentou.
Lula é um grande crítico do mecanismo aprovado ainda em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB). A regra limita os gastos públicos em 20 anos, com aumentos que acompanham os índices inflacionários.
Durante a entrevista, o petista também falou sobre o papel do governo em alavancar o crescimento econômico do país.
“Se eu for eleito, o governo vai ser o indutor do desenvolvimento. E nós não temos tempo a perder”, declarou. Lula acrescentou que fará, na primeira semana governo caso seja eleito, uma reunião com os 27 governadores para elaborar um “programa de desenvolvimento de infraestrutura de acordo com as necessidades de cada estado”.
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O ex-presidente se posicionou ainda contra o orçamento secreto, e disse que pretende extinguir a política em um eventual mandato. “Se fosse uma coisa boa, uma coisa honesta, por que seria secreto? Isso não vai existir, vamos falar com a Câmara para criar uma coisa mais digna”, defendeu.
O orçamento secreto é uma emenda na qual é identificado o órgão orçamentário, mas não o parlamentar. Assim, um deputado pode destinar dinheiro para sua base de forma oculta em troca de apoio ao governo.