Lula sobre Mariana: “Espero que mineradoras tenham aprendido a lição”
Presidente Lula participou de cerimônia para assinar repactuação do acordo para indenizar vítimas da barragem Fundão, em Mariana (MG)
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (25/10), que “espera que as empresas mineradoras tenham aprendido uma lição” depois dos desastres ambientais que ocorreram recentemente no país. A fala foi feita durante cerimônia para assinar a repactuação do acordo para indenizar as vítimas do rompimento da barragem Fundão, em Mariana (MG).
“A gente ainda não sabe o que foi feito com os gastos da fundação criada para cuidar disso, esse é o dado concreto. São R$ 37 bilhões que foram gastos e não sabemos que destino levaram. A segunda coisa é que esse acordo é o que foi possível se a gente comparar com o acordo que existia antes de eu chegar à presidência e se a gente não esquecer Brumadinho”, explicou o petista.
“Agora é que começa a preocupação maior. Porque espero que as empresas mineradoras tenham aprendido uma lição. Ficaria muito mais barato ter evitado o que aconteceu. Não custaria R$ 20 bilhões evitar a desgraça que aconteceu”, ressaltou Lula.
Ao todo, junto ao dinheiro a ser destinado a obras e reconstruções, deverão ser pagos R$ 132 bilhões de obrigações passadas e futuras com as vítimas e o meio ambiente. A tragédia de Mariana, que deixou 19 pessoas mortas, devastou o Rio Doce e atingiu cidades de Minas e do Espírito Santo, completa 9 anos no dia 5 de novembro.
O pagamento caberá às empresas envolvidas na administração da barragem do Fundão. A Samarco liderava o empreendimento e é controlada pelas mineradoras Vale, companhia brasileira, e BHP Billiton, anglo-australiana.
O montante está dividido em:
- R$ 100 bilhões a serem pagos em parcelas por 20 anos ao governo federal, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo e aos municípios, para fundar programas e ações compensatórias vinculadas a políticas públicas;
- R$ 32 bilhões em indenização individual, reassentamento e recuperação ambiental.
Outros R$ 38 bilhões já foram utilizados pelas empresas em medidas de remediação e compensação.