Lula sobre intervir em estados: “Enquanto for presidente, não tem GLO”
Em café da manhã com jornalistas, Lula descartou enviar as Forças Armadas para cuidar da segurança pública nos estados
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (27/10), que o governo federal não destacará as Forças Armadas para intervenções em estados, especificamente para o combate à violência. Segundo o petista, a indicação é que as Forças Armadas cumpram função constitucional. Ele descartou a presença de militares das três forças em eventual intervenção federal no Rio de Janeiro. “Enquanto eu for presidente não tem GLO”, assegurou.
GLO é a sigla de Garantia da Lei e da Ordem, operação realizada pelas Forças Armadas, de forma provisória, e que se compromete com o restabelecimento da ordem pública. Pela Constituição Brasileira, uma ação de GLO só pode ser determinada em ato do presidente da República, quando os instrumentos para garantir a ordem são considerados “indisponíveis”, “inexistentes” ou “insuficientes”.
Lula conversou com jornalistas responsáveis pela cobertura da Presidência durante café da manhã, no Palácio do Planalto. O evento ocorreu no aniversário de 78 anos do petista, comemorado nesta sexta. Entre as pautas, foram discutidas diversas questões nacionais como violência e segurança pública.
O petista informou que reuniu-se com os três comandantes das Forças Armadas e com o ministro da Defesa, José Múcio, para falar sobre o assunto. Aos jornalistas, Lula ressaltou: “Não é papel das Forças Armadas ficar nas favelas brigando com bandido. Não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandido. Não é esse o papel deles. Enquanto eu for presidente, não tem GLO”.
Cutucada em Bolsonaro
Para o presidente, cabe às Forças Armadas cumprir sua função constitucional e relembrou o papel exercido por alguns militares nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele aproveitou o assunto para dar uma cutucada no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O que aconteceu com o 8 de janeiro foi um desvio, pela existência de um governante que sabia fazer tudo, menos governar, que achava que poderia utilizar as instituições como instrumento dele para fazer politica. Não tinha nada de republicano na cabeça dele”.
Lula enfatizou que a questão da segurança pública cabe aos estados. “Nem a Polícia Federal tem que fazer o papel da policia do estado. A PF tem que ajudar, investir em inteligência, detectando as pessoas e prendendo. Mas a gente não vai fazer nenhuma intervenção como já foi feita há pouco tempo atrás em que se gastou uma fortuna com exercito no Rio e não resolveu nada”, afirmou.
Aniversário
O presidente completou 78 anos em plena recuperação, após quase um mês da cirurgia no quadril. Mais cedo, Lula cumprimentou, de dentro do veículo da Presidência, os apoiadores que estavam em frente ao Palácio da Alvorada.