Lula sobre Alckmin: “Não há nada que não possa ser reconciliado”
Na Europa, petista disse que deverá decidir “em fevereiro ou março de 2022” se irá mesmo concorrer à Presidência
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta segunda-feira (15/11), de uma conferência promovida pelo bloco social democrata no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Em seu discurso no plenário e em entrevista a jornalistas europeus, o petista fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que classificou como “peça importante na extrema-direita fascista, nazista, no mundo”.
Lula também fez acenos à pauta ambientalista, dizendo que “a luta pela preservação do meio ambiente é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo”.
O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro também foi lembrado pelo petista: “Estou livre e o juiz que me condenou está sob suspeição porque mentiu no julgamento, fez um julgamento eminentemente político”.
Na entrevista coletiva que antecedeu seu discurso, Lula foi instado a se posicionar sobre os protestos da oposição em Cuba e disse que governantes precisam saber conviver com críticas, mas reclamou do embargo norte-americano à ilha caribenha socialista. O ex-presidente brasileiro foi perguntado também sobre as eleições do ano que vem no Brasil e a possibilidade de ter como vice na chapa um antigo adversário, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que costura sua saída do PSDB.
“Já tenho 22 vices enquanto ainda nem decidi se sou candidato”, brincou ele. “A escolha de um vice tem que ser levada muito a sério. Tem que ser alguém que some, e não que tenha divergência. Mas eu não tô discutindo vice ainda porque não discuti a minha candidatura. Quando eu decidir, aí sim eu vou sair a campo pra procurar alguém pra ser vice”, concluiu Lula, que prometeu uma decisão final sobre a candidatura em fevereiro ou março do ano que vem.
Discurso no Parlamento Europeu
O discurso que Lula fez no Parlamento Europeu teve foco em questões globais, como a luta contra as mudanças climáticas. “Sozinhos estamos vulneráveis às tragédias ambientais, sanitárias e econômicas. Mas juntos somos capazes de construir um mundo melhor para todos nós”, afirmou o ex-presidente. “O resultado da nossa falta de compreensão está à vista de todos: pandemia, desigualdade, fome, emergências climáticas que no futuro próximo poderão comprometer a sobrevivência da espécie humana na Terra”, completou.
Sobre o Brasil, Lula focou a fala em críticas a Bolsonaro e defendeu as gestões petistas, além de fazer promessas para o futuro, caso o partido consiga voltar ao poder: “O Brasil tem jeito, apesar dos 19 milhões de brasileiros que passam fome. Apesar dos 19 milhões de desempregados e desalentados, que já desistiram de procurar um novo emprego. Apesar dos ataques constantes contra a população negra e indígena. Apesar do avanço da destruição do meio ambiente, inclusive na Amazônia. E apesar, sobretudo, das mortes de mais de 610 mil brasileiros, muitas delas evitáveis – caso houvesse por parte do atual governo o interesse em combater com seriedade o coronavírus.”
A equipe de comunicação do ex-presidente postou a íntegra do discurso no site oficial do petista.