Lula se reúne com príncipe saudita que deu joias a Bolsonaro
O encontro ocorreu no encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20, em Nova Déli. Eles trataram de investimentos
atualizado
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Após dois encontros cancelados em agendas diferentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu pela primeira vez, neste domingo (10/9), com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita. No sábado, o encontro bilateral foi cancelado devido a “urgências na comitiva” do país arábe.
O príncipe foi quem presentou o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) com kits de joias, avaliadas pela Polícia Federal em R$ 5 milhões, que deveriam ter entrado para o acervo da União em 2021, mas acabaram se tornando posse do então mandatário.
As joias foram apreendidas em aeroporto de São Paulo, e a polícia instaurou investigações para apurar por que parte dos presentes, como um relógio, foi vendida nos Estados Unidos irregularmente.
Mas Lula não tratou de joias com o príncipe. Eles se encontraram logo após o encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20, em Nova Déli, na Índia, para falar sobre investimentos e boas relações.
Na conversa, Lula deu as boas-vindas à Arábia Saudita como novo país-membro do Brics, que terá seis novos países a partir de janeiro de 2024: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Petróleo e gás
Os representantes sauditas indicaram ao presidente Lula que desejam ampliar investimentos no Brasil, principalmente na área de petróleo e gás, bem como nas fontes verdes, além de retomar uma agenda comercial que ficou parada nos últimos anos.
Também ficou acertado que uma delegação de empresários e autoridades sauditas deve visitar o Brasil em breve para conhecer a carteira de projetos do Novo PAC, que estão abertos a investimentos estrangeiros. Essa agenda será discutida pelos ministérios das Relações Exteriores de ambos os países.
Segundo o presidente Lula, o crescimento dos investimentos sauditas no Brasil é bem-vindo e pode ser importante no processo de transição para uma economia mais sustentável, com destaque para setores de alta tecnologia, como o desenvolvimento de motores híbridos e também em hidrogênio verde.
O presidente também falou sobre as relações comerciais entre os dois países, que vêm crescendo a cada ano. Em 2022, o volume comercializado chegou a US$ 8,2 bilhões.