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Lula repete 2002 e deixa anúncio de ministros para véspera de Natal

Presidente eleito, Lula adota estratégia oposta a Bolsonaro, que anunciou todos os nomes de seus ministros ainda em novembro

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Presidente eleito Lula da Silva participa de reunião aberta, no auditório do CCBB, para receber os relatórios elaborados pela equipe de transição. Na imagem, o presidente discursa em pé ao lado de Aloizio Mercadante - Metrópoles
1 de 1 Presidente eleito Lula da Silva participa de reunião aberta, no auditório do CCBB, para receber os relatórios elaborados pela equipe de transição. Na imagem, o presidente discursa em pé ao lado de Aloizio Mercadante - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar novos nomes para os ministérios na quinta-feira (22/12). Até o momento, Lula indicou apenas seis ministros para as 37 pastas que prometeu. A demora no anúncio dos nomes também foi determinante em 2002, quando o petista indicou todos os responsáveis pelas pastas apenas em 23 de dezembro daquele ano, a pouco mais de uma semana para a posse.

Lula já confirmou os seguintes nomes para a Esplanada: Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Margareth Menezes (Cultura), Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio Monteiro (Defesa).

A estratégia usada em 2002 e em 2022 permite que a futura gestão tenha poder de barganha antes do governo começar. Em 2002, definir a base aliada no Congresso, principalmente com o PMDB (hoje MDB), foi um dos principais fatores que atrasou os anúncios. Sem apoio definido, a escolha de nomes poderia acabar com alianças importantes para o então futuro governo.

Além disso, havia uma disputa interna no PT pelo Ministério da Fazenda, que acabou com Antonio Palocci no comando da pasta.

Na época, a indecisão desagradou o mercado, que esperava indicativos da política econômica no novo governo. O mesmo aconteceu neste ano, com a perspectiva de aumento de gastos e agravamento da situação fiscal.

Em 11 de novembro, quando Lula sugeriu que os gastos sociais ficassem de fora do teto de forma permanente, a Ibovespa fechou com queda de 3,61%, aos 109.475,49 pontos, por exemplo. Foi a maior queda diária desde setembro de 2021.

A situação em 2022 ainda foi agravada pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. O texto amplia em R$ 145 bilhões o teto de gastos para garantir o Bolsa Família de R$ 600 em 2023, além de outras promessas de campanha do presidente eleito. A PEC também reserva R$ 23 bilhões para recompor o Orçamento deste ano.

A proposta é arriscada na perspectiva do mercado, que teme os efeitos da quebra da âncora de gastos e as consequências fiscais que isso pode ter no próximo ano. Buscando apoio para a aprovação, no entanto, o PT aceitou a retirada dos acordos multilaterais do teto e a diminuição na vigência do texto de dois anos para um.

Estratégia de Bolsonaro

Ao contrário do petista, o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), usou tática diferente para o anúncio dos ministros de seu governo. Em 11 de novembro, a mais de um mês da posse, o presidente finalizou o anúncio dos 22 ministros.

A necessidade de poder de barganha para Bolsonaro, entretanto, era diferente da situação de Lula. O atual mandatário chegou ao poder com um orçamento já definido e com a promessa de manter a regra fiscal, um início concreto para o mercado e com uma base de aliados mais firme.

Lula, por outro lado, segue em busca de votos a favor da PEC, e com pontos de interrogação na base de apoio no Legislativo. Outra questão que pesa é a tentativa de construção de um governo moderado, que contemple também apoiadores do seu antecessor. Somente do PL, partido de Bolsonaro, foram 99 deputados eleitos, e Lula deve construir pontes com esses grupos do Congresso para conseguir aprovar projetos importantes da gestão.

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