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Lula presta condolências pela morte do presidente do Irã

Presidente brasileiro disse ter recebido “com pesar” a confirmação da morte do presidente iraniano, feita nesta segunda-feira (20/5)

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1 de 1 Imagem colorida de presidente Lula com expressão séria no rosto saidinhas - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ter recebido “com pesar” a confirmação da morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, 63 anos, feita nesta segunda-feira (20/5).

Equipes de resgate encontraram o helicóptero onde estava o presidente do Irã na manhã de segunda-feira, no horário local. A aeronave caiu nesse domingo (19/5), em uma região montanhosa, com forte neblina e de difícil acesso, quando a comitiva presidencial retornava de uma viagem ao Azerbaijão Oriental. Ebrahim não resistiu.

De acordo com a TV estatal do país, não há sobreviventes. Entre as vítimas da tragédia, está ainda o chanceler do Irã, Hossein Amirabdollahian, além de Malek Rahmati, governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental; e o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem.

Em nota, o Itamaraty disse que o governo brasileiro recebeu, “com profunda consternação”, as notícias das mortes das autoridades iranianas.

“O governo brasileiro estende aos familiares do Presidente Raisi, do Chanceler Abdollahian e das demais vítimas, e ao governo e povo iranianos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Quem era o presidente Ebrahim Raisi

Ebrahim Raisi, o 8º presidente do Irã, apresentava-se como um “paladino anticorrupção” e um defensor das classes desfavorecidas. Nascido em 14 de dezembro de 1960 e natural da cidade sagrada de Mashhad, uma das principais cidades religiosas, Ebrahim Raisi, eleito presidente em 2021, era conhecido tanto pela trajetória política quanto pelo papel no sistema Judiciário iraniano.

Criado em uma família religiosa, Raisi começou cedo os estudos no seminário islâmico. Aos 15 anos, mudou-se para Qom, um importante centro de pesquisas teológicas no Irã, onde estudou sob a orientação de destacados clérigos, incluindo o aiatolá Ali Khamenei, que mais tarde se tornaria o líder supremo.

A carreira de Raisi no sistema Judiciário iraniano começou nos anos 1980, após a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o xá e instaurou a República Islâmica. Ele ocupou vários cargos importantes, incluindo o de procurador-geral adjunto de Teerã e chefe da Organização Geral de Inspeção.

Contudo, seu papel mais controverso foi como um dos membros do “Comitê da Morte”, em 1988, responsável por execuções em massa de prisioneiros políticos, um episódio amplamente condenado por organizações de direitos humanos.

Nos anos seguintes, Raisi continuou sua ascensão no sistema judicial, tornando-se vice-chefe do Judiciário, em 2004, e procurador-geral do país, em 2014.

Em 2016, Raisi foi nomeado guardião do santuário do Imam Reza, uma das mais ricas fundações religiosas. Esse posto não apenas ampliou sua base de apoio entre os religiosos, mas também lhe deu acesso a vastos recursos financeiros.

Vida política

Raisi candidatou-se pela primeira vez à Presidência em 2017, mas foi derrotado por Hassan Rouhani, que buscava um segundo mandato. Em 2021, com o apoio dos conservadores e em um cenário de baixa participação eleitoral, Raisi venceu as eleições presidenciais.

Desde que assumiu a presidência, Raisi enfrentava desafios que incluem uma economia em dificuldades, exacerbada pelas sanções internacionais, e um cenário político interno tenso.

O governo dele era marcado por uma postura dura em relação a questões de segurança interna e uma tentativa de melhorar as relações com países vizinhos, enquanto mantinha uma atitude desarmoniosa em relação ao Ocidente, especialmente aos Estados Unidos.

Ebrahim Raisi foi uma figura polarizadora. Seus defensores o veem como um guardião dos valores revolucionários e um combatente contra a corrupção. Os críticos, no entanto, apontam para o histórico de violações de direitos humanos e falta de experiência em governança econômica como pontos fracos.

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