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“Lula nunca quis ficar rico”, afirma Gilberto Carvalho na Lava Jato

O ex-chefe do gabinete pessoal da Presidência da República prestou depoimento como testemunha de defesa do petista

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1 de 1 gilberto carvalho - Foto: Elza Fiuza/ABR

O ex-chefe do gabinete pessoal da Presidência da República no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gilberto Carvalho afirmou em depoimento na Operação Lava Jato que o petista “nunca” usou a função “para auferir recursos próprios”. Carvalho prestou depoimento nesta terça-feira (13/6), como testemunha de defesa do ex-presidente Lula.

“O presidente Lula tem muitos defeitos, como qualquer ser humano Agora, tem uma coisa. Ele nunca quis ficar rico. Ele nunca pensou em usar a função dele como presidente para auferir recursos próprios, isso eu posso ter certeza, posso afirmar porque eu acompanhei no dia a dia naqueles oito anos que eu estive ali”, declarou.

Gilberto Carvalho é uma das 87 testemunhas convocadas por Lula em ação penal sobre supostas propinas da Odebrecht. Segundo o processo, parte dos valores ilícitos foi lavada mediante a aquisição, em benefício do petista, de um imóvel na Rua Dr. Haberbeck Brandão, nº 178, em São Paulo, em setembro de 2010.

O local seria usado para a instalação do Instituto Lula. O acerto do pagamento da propina destinada ao ex-presidente, segundo a denúncia, foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci, com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo ex-presidente.

O ex-chefe de gabinete de Lula afirmou ter conhecido o patriarca da Odebrecht, Emilio Odebrecht. Os assuntos tratados entre o executivo e Lula, segundo Gilberto Carvalho, eram ligados à economia nacional, expansão das empresas, mercado africano e latino-americano.

“No nosso governo não havia clima para ninguém, nenhum picareta que fosse, chegar e fazer qualquer tipo de oferta. Havia uma regra entre nós muito forte nesse sentido. Nós não podíamos nem receber convites para ir para torneios, não sei o que lá, ou tal, que o Banco do Brasil financiava ou que a própria Petrobras financiava. Era um rigor muito grande do ponto de vista de que não se misturavam as coisas de que ali a gente tinha que tratar do assunto público. Então, não tinha crime. Naqueles oito anos, posso lhe afiançar. Não havia clima para isso, não havia ninguém que tivesse coragem de chegar para o presidente e dissesse: ‘eu quero lhe oferecer tal coisa’.”, relatou.

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, questionou Gilberto Carvalho se o Instituto Lula funcionaria no mesmo local do Instituto Cidadania. Em 2011, foi criado o Instituto Lula a partir da transformação do Instituto Cidadania.

“Daquilo que eu sei, sim. Para mim só houve uma mudança praticamente de nome, depois que ele deixou o governo. A única sede que eu tomei conhecimento, que existe é essa. Não existe outra sede”, afirmou Carvalho.

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