Lula muda GSI e separa setores de segurança em Brasília e nas viagens
Governo Lula publica decreto com reestruturação da estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
atualizado
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Diante do clima de desconfiança entre amplos setores do governo Lula e as Forças Armadas, que se agravou com as investigações de ações e omissões militares durante os ataques de 8 de janeiro, a extinção do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi considerada nos últimos meses, mas essa tensão esfriou. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esse órgão militarizado responsável pela segurança do presidente e dos palácios foi reestruturado.
O decreto assinado por Lula foi publicado na edição desta quinta-feira (31/8) do Diário Oficial da União (DOU).
A mudança que mais chama a atenção é uma separação nos setores do GSI responsáveis pela segurança do presidente em Brasília e nas viagens nacionais e internacionais. Daqui a duas semanas, quando as mudanças entram em vigor definitivamente, após um período de transição, diferentes equipes vão cuidar de Lula em Brasília e fora da capital.
A atual Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial (SCP), que cuidava de tudo, está sendo desmembrada em Secretaria de Segurança Presidencial e Secretaria de Coordenação e Assuntos Aeroespaciais. A segurança em Brasília será comandada por um oficial do Exército. O trabalho fora da capital terá coordenação de um oficial da Aeronáutica.
As mudanças feitas a pedido de Lula foram coordenadas pelo atual ministro do GSI, general Marcos Amaro, nomeado pelo presidente em maio deste ano, após a queda do general Gonçalves Dias, o GDias, que não resistiu à divulgação de imagens nas quais circulava sozinho e perdido pelo Palácio do Planalto invadido por golpistas em janeiro.
GDias, aliás, presta depoimento sobre o episódio nesta quinta, na CPMI dos Atos Golpistas no Congresso.
Tensão
A segurança de Lula hoje é coordenada pelo GSI, mas tem a participação de equipes da Polícia Federal. A integração entre seguranças militares e civis nem sempre funciona perfeitamente, mas o presidente resiste em abrir mão da participação da PF.
A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, tem batido o pé desde o início do governo e recusado o GSI em sua segurança pessoal, ficando apenas com profissionais da PF nesse serviço. Não há informações se isso vai mudar com essa reformulação.