Levantamento feito pelo instituto Ipespe entre 22 e 24 de novembro em todo o Brasil apurou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança nas intenções de voto para as eleições de 2022 em todos os cenários de primeiro e segundo turnos.
A pesquisa é feita no mesmo formato desde 2018, o Ipespe é contratado pela corretora de valores XP Investimentos. A XP, entretanto, optou por não assinar mais o levantamento.
Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados
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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado
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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado
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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro
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No cenário um para o primeiro turno, com João Doria como candidato do PSDB, Lula alcança 42% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (25%), Sergio Moro (11%), Ciro Gomes (9%), Doria (2%), Luiz Henrique Mandetta (1%), Rodrigo Pacheco (1%) e Felipe D’Ávila (1%). Na pesquisa anterior, de setembro, Lula tinha 43%; Bolsonaro, 28%; e Ciro, 11%.
No cenário dois, com Leite no lugar de Doria, Lula tem 42% das intenções, seguido por Bolsonaro (24%), Moro (11%), Ciro (9%), Eduardo Leite (2%), Mandetta (2%), Rodrigo Pacheco (1%) e Felipe D’Ávila (1%).
Já no segundo turno, contra Bolsonaro, Lula venceria por 52% a 32% se a eleição fosse hoje, segundo o Ipespe. Contra Moro, Lula venceria por 51% a 34%. Contra Ciro, o petista venceria por 50% a 27%. Contra Doria, Lula ganharia por 51% a 22%.
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