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Lula lança pensão para filhos de pacientes isolados com hanseníase

O Brasil, nos anos 1900, ordenava o isolamento de quem contraísse a hanseníase. Lula pediu desculpas e se comprometeu a reparar os danos

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1 de 1 imagem colorida Lula no Planalto igualdade racial - metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta sexta-feira (24/11), uma lei para conceder pensão de um salário mínimo (R$ 1.320) aos filhos de pacientes com hanseníase isolados de forma compulsória no século passado. A medida é para reparar a separação das famílias.

Entre as décadas 1920 e 1950, o Brasil determinou o isolamento e a internação compulsória de quem contraísse a doença. Desses, cerca de 5,5 mil estão vivos, e 15 mil pessoas devem ser beneficiadas pela nova lei.

Como Lula apontou, apesar da desobrigação do isolamento, a prática ainda era comum no país até os anos 1980. “O Estado brasileiro falhou com essas crianças, essas famílias, é preciso pedir desculpas a elas. O Estado errou ao separar pais e filhos, mesmo depois da cura ter sido descoberta, em 1940, e com a política de segregação, até 1986. É preciso pedir desculpas e fazer políticas públicas para reparar os danos”, afirmou.

O presidente se comprometeu a “reconstruir a política mais eficaz possível para, definitivamente, acabar com a hanseníase” no Brasil e falou ser preciso divulgar os primeiros sintomas (leia abaixo) para o diagnóstico precoce e começo do tratamento. A doença tem cura.

“Se cuidar em tempo, a gente não vai ter problema na vida. A luta contra o preconceito é histórica, o preconceito é uma doença e uma doença grave, precisamos exatamente fazer o oposto que essa gente faz. Nenhum dinheiro no mundo é capaz de compensar ou apagar as marcas da segregação na alma e coração das pessoas portadores de hanseníase. Estender o direito à pensão especial é dar mais um passo importante nessa dívida enorme”, destacou.

Ministra da Saúde, Nísia Trindade chamou o isolamento forçado dos pacientes de “higienismo” e apontou que o Brasil “foi o único país a trocar o nome [da doença] de lepra para hanseníase” a fim de diminuir o estigma.

Hanseníase

A doença infecciosa é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e tem alto potencial de contágio, mas, se tiver diagnóstico precoce, ela pode ser tratada e curada por meio de antibióticos.

A hanseníase em estágio avançado, especialmente sem diagnóstico e cuidados, pode deixar sequelas, como deformidades. Os pacientes não tratados podem transmitir a infecção por gotículas de saliva na fala, tosse e espirro.

Os sintomas incluem:

  • Alterações na pele, como manchas brancas ou amareladas
  • Inchaço dos nervos
  • Perda de sensibilidade
  • Fraqueza muscular
  • Deformidade e incapacidade, em casos graves

Segundo o Ministério da Saúde, a hanseníase é uma das doenças mais antigas do mundo e tem poucos casos registrados em países ricos, mas é frequente em locais como América Latina, África e sudeste da Ásia.

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