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Lula já recebeu visitas de 8 líderes africanos, mas só viajou a Cabo Verde

Lula já reuniu-se com oito líderes africanos no Brasil, mas só visitou Cabo Verde, e durante parada técnica para abastecimento de aeronave

atualizado

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Ricardo Stuckert
Lula recebe embaixadores de países da África
1 de 1 Lula recebe embaixadores de países da África - Foto: Ricardo Stuckert

Apesar das repetidas promessas de ir visitar países africanos, desde o começo do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só viajou a uma nação do continente: Cabo Verde. E isso ocorreu durante parada técnica para o abastecimento da aeronave presidencial após viagem a Bruxelas. Desde a posse como mandatário do país, ele já recebeu oito visitas de líderes africanos.

Só para a cerimônia de posse, em 1º de janeiro, o Brasil recebeu quatro presidentes do continente: Emmerson Mnangagwa, do Zimbábue; João Lourenço, de Angola; José Maria Neves, de Cabo Verde e Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau.

Além dos primeiros-ministros: do Marrocos, Aziz Akhannouch; do Mali, Choguel Kokalla Maïga e a vice-primeira ministra do Lesoto, Nthomeng Majara.

Cerca de cinco meses após a posse, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, também veio ao Brasil em uma visita de Estado.

A  primeira viagem oficial do petista ao continente africano será para Joanesburgo, na África do Sul. Na data – de 22 a 24 de agosto – Lula deve participar da Cúpula do Brics, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Na segunda, após a publicação desta reportagem, o Itamaraty confirmou que o petista também visitará a Angola em 25 e 26 de agosto.

Retórica

Lula não foi a nações do continente africano em seus primeiros 7 meses de governo em 2003 e 2006. Veja os países visitados pelo presidente nesses períodos:

Já em janeiro de 2023, Lula adotou uma argumentação de super valorização do continente africano e das relações com os líderes dos países. A retórica que o presidente adotou, foi ressaltar a “ajuda” que o Brasil deveria dar ao paises africanos, em virtude da escravidão que aconteceu no país durante mais de 300 anos.

Em um dos primeiros discursos após a posse, durante a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, o chefe do Executivo defendeu que a América Latina deve aumentar os diálogos com a China, com os países africanos e europeus.

“Há uma clara contribuição a ser dada pela região para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade. Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana”, disse Lula na ocasião.

Cerca de um mês depois, no Estados Unidos, Lula sinalizou que iria, no segundo semestre para: a Angola, a África do Sul e para Moçambique. Na mesma ocasião, o mandatário avisou que o Brasil deve muito “da sua cultura ao continente africano” e esta, é um dívida qu não pode ser paga “em dinheiro”.

“Você sabe que o Brasil deve muito da sua cultura ao continente Africano. É uma dívida que não pode ser paga em dinheiro, ela tem que ser paga em troca, sabe, de ciência e tecnologia, em ajuda que o Brasil pode dar do ponto de vista do desenvolvimento em várias áreas. E nós vamos fazer isso, porque é uma obrigação histórica e uma obrigação humanitária do Brasil manter uma belíssima relação com o continente africano”, disse.

Posteriormente, também circulou a possibilidade de Lula comparecer à cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que aconteceu em julho, em São Tomé e Príncipe, na costa africana. Lula, no entanto, não foi.

Já na parada técnica em Cabo Verde, em julho, além de agradecer pelo que foi produzido durante a escravidão, Lula voltou a reforçar a tônica de que um pagamento precisa ser feito ao continente.

“Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país. Nós achamos que a forma de pagamento que um país como o Brasil pode fazer é [inaudível] em tecnologia, a possibilidade de formação de gente para que tenha especialização nas áreas que o continente africano precisa, ajudar na possibilidade de industrialização e agricultura”, disse na ocasião.

Em 21 de julho foi anunciado, por fim, a oficialização da ida de Lula à Africa do Sul, em Joanesburgo, de 22 a 24 de agosto de 2023. Lá, Lula deve discursar sobre a guerra na Ucrânia e a integração do bloco.

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